Um novo ator? Porque não um novo personagem?
Essa é uma discussão recorrente, em todas as vezes que o ator resolve deixar o papel de Bond. Quem será o próximo? Que mudanças ele trará na personalidade e na aparência? Isso enfurece uma parte dos fãs, que não querem que nada mude no personagem, enquanto outros defendem uma mudança saudável. Nos últimos anos o nome que mais tem aparecido em boatos é o do ator Idris Elba, mas muitos fãs acreditam que essa mudança não faria muito sentido, por causa do background do personagem e da aparência, que foi definida nos livros de Ian Fleming.
E aí eu volto no ponto anterior. O Bond já é o 007, com a aparência e a personalidade mais do que definidos. Já que para os fãs e aparentemente para os produtores isso é um ponto sagrado e marcado em pedra, nós não podemos ter outros agentes 00? Mostra outro e fim da história! Escala o Elba, que é um ator excelente (se você nunca viu Luther, tá perdendo), como o 009, 005 ou sei lá, qualquer outro 00. Ainda está tudo lá, o universo está lá, M passando o briefing, Q apresentando umas engenhocas, vilões, tá tudo lá. Isso dá a oportunidade de um ator fudido colocar o Bondverso em uma nova direção. É uma situação que todo mundo sai ganhando, e pra mim pelo menos, que sou fã do 007, quanto mais do universo dele, melhor. Dá quase pra tentar uma abordagem completamente diferente no vilão, na missão, talvez até colocando uma missão em que James Bond precisa ser salvo, o que estabelece que eles estão em par de igualdade.
Nesse filão a gente ainda tem o Felix Leiter, agente da CIA que é amigo do Bond e às vezes cruzam caminhos durante a investigação de algum plano de algum maluco. Assim como no caso de cima da ~Jane Bond~ (que nome horrível, cacilda), um outro agente, de outra agência, com foco por exemplo, na ameaça terrorista que sempre ronda os US and A. O filme pode cair pra uma narrativa no esquema Nolan babaca, tensa/sombria/realista/dramática, onde Felix precisa correr contra o tempo pra parar uma ameaça terrorista em solo americano. Inclusive na era Daniel Craig, Felix foi bem interpretado pelo ator Jeffrey Wright, de repente a gente tem aí um bom produto na mão.
M e o MI6 imediatamente no pós-guerra
O Chefe do Serviço Secreto britânico, M já foi mulher, o que colocou lenha na discussão da idéia de uma Jane Bond. Há quem defenda a idéia de que é necessário termos uma versão feminina de Bond, mas por que raios não abordar a juventude da M, imediatamente pós Segunda Guerra, combatendo células de nazistas, nazistas fujões, espiões comunistas, lidando com as implicações de uma arma como a bomba atômica?
Quando eu vi a personagem da Peggy Carter, confesso que foi exatamente isso que eu imaginei e gostaria de ver em uma versão filme, se pensando em agentes 00. Pensa bem, ninguém começa em cargo de diretoria, ela mesma poderia ser uma agente 00, naquele espaço de tempo entre o fim da guerra e o comecinho da guerra fria. Uma época em que mulheres não tinham espaço, uma mulher forte que fez o caminho cumprindo missões e eventualmente se tornou a Chefe da Inteligência Britânica, coordenando uma célula de espionagem, dando aquele ar de “Sherlock Holmes”.
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