One Piece é uma das obras japonesas com um dos mundos mais vastos e interessantes. Infelizmente não se pode dizer o mesmo de World Seeker. A estória do jogo se passa na Ilha Prisão, local onde após ocorrer uma grande guerra contra os piratas 12 anos atrás, a marinha interviu. Devido ao rígido controle da marinha e a construção de várias prisões, a população da ilha se dividiu entre os pró-marinha e os que eram contra. Luffy cai na ilha após perceber que durante uma tentativa de roubo de um tesouro, eles caíram em uma emboscada. Ele tem uma breve luta contra Isaac, o diretor da Ilha Prisão e antagonista do jogo, e acaba caindo no mar, sendo socorrido por Jeanne, irmã de Isaac e líder da facção dos anti-marinha.
O enredo é o maior ponto forte do jogo. Apesar de não se igualar aos grandes arcos do anime ou mangá, ele poderia facilmente servir como uma estória filler, mas não daquelas ruins e sem graça, e sim uma que você acompanha tranquilamente entre os arcos principais como ocorre no anime. Juntamente com essa sensação de “estar em casa” que o enredo passa, outro excelente acerto do jogo foi trazer Tanaka Kouhei para a trilha sonora. Kouhei é o responsável pela trilha no anime e nos filme da série, e continua fazendo um trabalho excelente no jogo, dando mais emoção para as cenas de batalha e as cutscenes.
Infelizmente eu não posso falar tão bem assim da jogabilidade e do mundo do jogo. O jogo foi vendido como uma grande aventura de One Piece em mundo aberto, mas teria sido melhor se não fosse. O mundo do jogo é vazio e sem graça, apesar de ser em alguns pontos muito bonito, você não tem muito o que fazer nele, se resumindo a coletar itens espalhados ao redor do mundo todo. As missões secundárias consistem em pegar itens de um ponto A e trazer ao ponto B, às vezes encontrando inimigos que não ameaçam em ponto algum. Uma das poucas características que se salvam na jogabilidade é a movimentação quando você libera o Gomugomu no Rocket e UFO. Não são perfeitas, mas dão um mínimo de diversão a mais.
Com exceção de algumas lutas com os chefes, o combate não requisita muito além de apertar o botão de soco repetidas vezes. Todos os inimigos são facilmente derrotados, sem qualquer tipo de estratégia sendo implementada. Ele tenta inclusive ser stealth em alguns momentos, mas a jogabilidade não feita com esse intuito torna esses momentos muito frustrantes. Assim que você derruba um inimigo, até que ele se levante novamente ele fica invulnerável. Essa invulnerabilidade acaba quebrando o ritmo nas lutas também. Diria que o maior inimigo durante o combate seria a câmera, que atrapalha demais nas tentativas de tornar o combate melhor, fazendo combos ou trocando de inimigos com alguma rapidez. O único momento bom das lutas vem das habilidade que você desbloqueia conforme vai juntando pontos de skill no jogo. Mas, com exceção das lutas com os chefes, as batalhas duram tão pouco tempo que você não tem oportunidade de usar as habilidades supremas como o Red Hawk ou a Elephant Gattling.
Falando em frustração, a subutilização dos outros membros da Tripulação do Chapéu de Palha é muito triste. Com tantos personagens diferentes, a jogabilidade poderia ser muito mais diversa se os utilizasse durante o jogo para fazer missões ou em lutas. Mas as participações desses personagens tão grandes se resume a melhoria (desnecessária) e desconstrução de armas com o Usopp e o envio de Chopper para missões para pegar itens que Sanji é responsável.
One Piece World Seeker é a adaptação para games mais ambiciosa da série, mas não é uma das melhores. É um passo importantíssimo, pois acredito que o lugar de One Piece nos jogos é em um jogo de mundo aberto, mas com exceção da estória, ele não faz jus em nada ao vasto e diverso mundo que a obra nos apresenta e cativa há 22 anos. Espero que a Bandai aprenda com os erros deste jogo e em uma próxima tentativa faça o jogo que One Piece merece.
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