A série islandesa Trapped (Ófærð) teve sua primeira temporada lançada em 2016, e a segunda temporada apenas em 2019. Esse espera de 3 anos de exibição foi uma tortura para os fans, mas a qualidade é tanta que tal demora é perdoável. Após a Netflix conseguir os direitos de exibição para o mundo o público cativo aumentou, e mais pessoas puderam conhecer um drama tão bem escrito e executado.
A primeira temporada de Trapped, que é uma serie policial, é sobre o investigador Andri tentando descobrir como um corpo mutilado aparece em uma remota cidade. Não existe tramas mirabolantes ou roteiros que dão voltas e mais voltas, o seriado é básico e direto ao ponto. O famoso estilo de história ‘quem matou?’ é sempre o maior mistério.
Uma produção de excelência é o que envolve o telespectador
O que faz a trama algo envolvente são as camadas aplicadas em seus personagens e nas razões do crime principal sendo investigado. Sempre que citamos uma série de um país culturalmente bem diferente é normal ficarmos prestando atenção em coisas que geralmente não precisamos de esforço para produtos americanos. Em Trapped são três coisas que chamam atenção; A primeira delas é em relação ao nome dos personagens.
A língua islandesa soa muito complicada para quem é brasileiro, então lembrar nomes como Hinrika, Asgeir, Eiríkur, Hjörtur, Sigvaldi e Sigurður é muito difícil. Além disso, em suas duas temporadas contamos com muitos personagens, muito mais do que somos acostumados a acompanhar em uma produção de 10 episódios.
Um outro ponto a ser considerado é a localidade do drama. As imagens são belíssimas, e parece que o diretor de fotografia não teve qualquer problema em capturar tais paisagens, vide a beleza estupenda da Islândia. O país é um personagem a parte, de tão lembrado que é e tão bem apresentado para os telespectadores.
Investigação passiva é um dos pontos chave do seriado
E uma diferença em seriados policiais de países pequenos pode ser difícil pra entrar na cabeça de quem assiste. A forma que a policia local investiga. Andri, o personagem principal quase nunca está armado, a maioria das investigações de suspeitos são sempre conversas amigáveis, e como o caso se passa em uma cidade pequena é normal quase todo mundo se conhecer (lembrando aqui que a Islândia tem uma população de cerca de 360 mil habitantes apenas).
Para quem é de um país como o nosso, subdesenvolvido, estamos acostumados a acompanhar outros tipos de abordagens policiais… então ver algo mais passivo durante a trama do seriado pode ser um pouco difícil pra acostumar.
Cada temporada de Trapped conta um caso diferente, porém grande parte dos personagens da 1ª temporada continua na 2ª. É legal ver o desenvolvimento dado aqueles que eram tão pequenos, mesmo que continuem com participações menores, são muito bem colocadas. E cada vez mais temos uma atualização de focos narrativos. Em sua 2ª temporada, lançada em 2019, vemos um foco maior sobre imigração, homofobia e xenofobia. Lembrando que o seriado foi renovado e sua 3ª temporada já está em pré-produção.
Para quem gosta de uma ótima trama de investigação com personagens carismáticos, bons atores e casos criminais viciantes vale muito a pena dar uma chance para Trapped.
A série está em exibição na Netflix e suas duas temporadas estão no catalogo nacional.
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