Panorama do Universo Compartilhado da DC
Embora Mulher-Maravilha (2017) e Aves de Rapina (2020) não sejam filmes perfeitos, é indubitável que ambos somaram positivamente um espaço que antes não existia no Universo Compartilhado da DC. Só para ilustrar, a explosão de bilheteria do primeiro com a atuação impecável de Gal Gadot e a representatividade que alimenta independência e liberdade de Margot Robbie como Arlequina incorporaram uma tendência de acréscimo das heroínas e vilãs femininas nas telas de cinema que vão marcar gerações.
De fato, adianto que Mulher-Maravilha foi um ótimo filme que, particularmente, considero o melhor do Universo Estendido da DC – com uma avaliação particular levemente mais alta que Shazam! (2019). Com toda a certeza, Aves de Rapina também foi agradável e deu notoriedade nas telonas para personagens poderosas que nos quadrinhos são altamente presentes.
A CW também colabora com esses valores ao explorar inúmeras personagens femininas em suas séries do intitulado Arrowverse: Supergirl (Kara Zor-El), Vixen (Mari Jiwe McCabe) e Batwoman (Kate Kane) têm seriados próprios, e apesar de tais produções não agradarem grande parcela dos fãs mais antigos, elas são satisfatoriamente divertidas para o público mais jovem que está sendo introduzido ao Universo Compartilhado da DC.
Heroínas VS Reconhecimento
Com a temática em questão e os fatos elencados, quero pontuar que recentemente em uma conversa com alguns amigos notei que muitos tinham um conhecimento mínimo acerca de quem são as figuras femininas da DC – em resumo, tudo se limitava à Diana, Harley e vez ou outra, à Mulher-Gavião e à Kara, creio que muito em voga da animação da Liga da Justiça que contemplou a nossa geração – ,enquanto que o repertório de super-heróis masculinos era vasto o suficiente para horas de debate.
Mediante isso e a todas as heroínas – e vilãs – estupendas que tomei nota no contato com os quadrinhos, decidi elaborar uma lista de oito figuras femininas que merecem maiores destaques de papel, protagonismo em filmes solo, união em prol de causas em comum – como no caso de Aves de Rapina – ou estreia no cinema nessa nova leva de produções do Universo Compartilhado da DC, visto que algumas ainda mal saíram do papel.
Canário Negro/ Black Canary (Dinah Drake/ Dinah Laurel Lance)
Dinah foi a segunda super-heroína criada no Universo DC, lá em 1947. Vista em Arrow (2012) e em Aves de Rapina, é um rosto bastante conhecido desta lista por já ter aparecido em inúmeras animações da Liga da Justiça como um dos membros principais. Ainda assim, a sua notoriedade no cinema é quase nula uma vez que não desempenhou nenhum papel que a colocasse em protagonismo ou que evidenciasse toda a importância que tem nos quadrinhos – quando fui assistir Aves de Rapina, algumas pessoas disseram que não entenderam o grito supersônico da personagem, que é uma de suas principais habilidades, dá-se aí o seu nome de super-heroína. Será que em Liga da Justiça Parte Dois (2022) teremos a aparição da personagem uma vez que ela é um dos primeiros membros criados? Entre todas da lista, é a que mais tem chances de desenvolvimento a curto prazo, pelo menos por enquanto.
Zatanna Zatara (Primak)
Criada em 1964, Zatanna também foi uma das pioneiras entre as figuras femininas do Universo Compartilhado da DC, e é provavelmente associada à sua cartola e aos seus poderes de magia. Apesar de ser praticamente limitada aos quadrinhos, a personagem ganhou papel importante na animação Young Justice (2010) e será bem-encaminhada logo mais, devido à confirmação fresca que Liga da Justiça Sombria – equipe a qual faz parte – ganhará uma série desenvolvida pela HBO Max. Quanto aos cinemas, ainda é uma incógnita.
Hera Venenosa/ Poison Ivy (Pamela Isley)
Uma das vilãs mais icônicas, Hera Venenosa nasceu cedo nos quadrinhos do Batman em 1966. O destaque vai para a relação caricata que possui com a botânica e em como isso poderia se tornar um potencial cinematográfico enorme. A personagem possui uma narrativa interessante na franquia de jogos Batman: Arkham. Além disso, “Sereias de Gotham”, equipe a qual fez parte predominantemente com Arlequina e Mulher-Gato, é um tema visionário para uma sequência de Aves de Rapina, e rumores já apontam que tal temática pode sim dar seguimento ao longa.
Mulher-Gato/ Catwoman (Selina Kyle)
Acho que é por unanimidade que o longa interpretado por Halle Berry em 2004 é um desacerto incontestável que merece um upgrade. Quase vinte anos depois, não há indício algum de um projeto verdadeiramente sólido, redondo e deleitável sobre a amante de diamantes. Ao menos, comparada às demais, a personagem é lembrada por muitos como uma figura importante da Galeria de Vilões do Batman, uma vez que é uma das antagonistas que mais aparece em tudo que tange os mistérios de Gotham. Em síntese, a personagem apareceu em Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2008) interpretada por Anne Hathaway e ganhará vida novamente em The Batman (2021) nas mãos de Zoë Kravitz (Big Little Lies).
Mary Marvel (Mary Batson/ Mary Bromfield)
Com o sucesso de Shazam!, não vejo cenário melhor para Mary Marvel dar as caras nos cinemas. A personagem apareceu no filme do herói, interpretada por Grace Fulton (Annabelle 2), e foi crível no papel, fazendo-me acreditar em um filme solo da versão feminina do Capitão Marvel. Se de forma leve e descontraída sem perder a essência vigorosa de sua autenticidade nos quadrinhos, creio que a personagem poderia entregar muito ao público. Além disso, Mary apareceu na animação Batman: The Brave and The Bold (2008-2011) e aparecerá no longa Lego DC: Shazam!: Magic and Monsters (2020).
Caçadora/ Huntress (Helena Bertinelli)
Um dos maiores triunfos de Aves de Rapina foi sem dúvidas a atuação de Mary Elizabeth Winstead como a vingativa, poderosa e destemida Caçadora. A personagem teve pouco tempo de tela mas conseguiu se tornar uma das favoritas do público. Em vista disso, o termômetro provavelmente testará positivo para o retorno da atriz no papel. Anseio por um filme solo sério e maduro – e quem sabe com a participação do Questão, com quem forma um dos casais mais memoráveis dos quadrinhos e da animação Justice League Unlimited (2004-2006).
Donna Troy/ Moça-Maravilha
A representante amazona desta lista não poderia ser diferente. A força externa da personagem é incontestável, mas a força interna que ela tem por ser um exemplo puro do significado do multiverso a torna complexa e rica em camadas, ponto este digno de uma performance proveitosa. A personagem deu as caras na série Titans (2018), interpretada por Conor Leslie, na qual foi bem trabalhada. Mas com a multiplicidade de suas memórias e com a fibra que Donna possui, vejo que um filme bem roteirizado poderia lhe render notoriedade e admiração.
Vixen (Mari Jiwe McCabe)
Uma das minhas favoritas, Vixen anteriormente não estaria nesta lista por ter uma série própria, mas decidi colocá-la pois a personagem ainda é desconhecida por muitos. Ela é um super-heroína africana que pegou para si poderes do reino animal em um totem e também uma estrela da moda e da televisão. Dessa forma, a personagem tem muita força e independência e já passou por muitos grupos como Liga da Justiça, Esquadrão Suicida e Aves de Rapina. No entanto, ganhou mais notoriedade em Justice League Unlimited, sendo uma das personagens com maior destaque. Além disso, Vixen tem uma narrativa abundantemente intrigante capaz de gerar um filme original, intempestivo e subversivo.
Por outro lado, não falei aqui de figuras mais conhecidas para fugir do óbvio, mas vale citá-las em menções honrosas.
Menções Honrosas:
Batgirl/ Oráculo (Bárbara Gordon): Apesar de haver faíscas de um filme solo sem previsão de estreia, não há nada mais.
Supergirl (Kara Zor-El): Há um seriado da CW que contempla a personagem como protagonista.
Batwoman (Kate Kane): Há um seriado da CW que contempla a personagem como protagonista.
Ravena/ Raven (Rachel Roth): Há um seriado na Netflix (Titans) que contempla a personagem como protagonista no grupo dos Jovens Titãs.
Estelar/ Starfire (Koriand’r): Há um seriado na Netflix (Titans) que contempla a personagem como protagonista no grupo dos Jovens Titãs.
Mulher-Gavião/ Hawkgirl (Shayera Hall/ Kendra Saunders): Há participação na série da CW Legends of Tomorrow e é provável que apareça no filme do Adão Negro.
Mera (Y’Mera Xebella Challa): Interpretada por Amber Heard no filme Aquaman (2018) e cotada para continuar estrelando os filmes do herói.
Mulher-Leopardo/ Cheetah: Uma das principais vilãs da Mulher-Maravilha em várias animações. Será a vilã principal de Mulher-Maravilha 1984 (2020) interpretada por Kristen Wiig (Perdido em Marte).
Em síntese, estes são os nomes que gostaria de ver melhor desenvolvidos. E você, procrastinador, quais heroínas gostaria de ver nas telonas do Universo Compartilhado da DC? Comente conosco!
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