Desde o começo dos video-games, o que mais chamava a atenção ao longo da sua evolução era a melhora gráfica geração após geração. Cada vez mais vemos jogos mais realistas, até um ponto que começamos a nos questionar: “Mas vai ser sempre assim? Como inovar nos games?”
Em 2007, tivemos o Nintendo Wii trazendo o famoso motion control, onde podíamos interagir com os games de uma maneira diferente, nos inserindo de uma maneira melhor no game.
Como evolução disso, em 2010 tivemos o lançamento do Kinect, para o Xbox 360, que levava o conceito do motion control para um outro nivel. Agora não era preciso mais de controles para interagir. Uma câmera escaneava seus movimentos e isso era refletido nos jogos. Os dois foram um sucesso de vendas e largamente adotado pelas desenvolvedoras.
Mas porque eu to fazendo todo esse textão? Depois da revolução dos controles de movimento, todo mundo achou que a próxima grande revolução dos games seria a famosa Realidade Virtual. Para qualquer pessoa que você perguntasse qual seria o próximo passo da indústria, a chance de ela responder VR era altíssima. Já tínhamos alguns protótipos do Oculus VR, até então proprietário da empresa Oculus, e em 2016 tivemos o lançamento do PSVR. Algo que foi muito acompanhado por todos e foi recebido com muita expectativa.
Quase dois anos depois do lançamento do PSVR, eu acho que a gente já pode se questionar “Mas era isso mesmo que a gente queria?” Esse é realmente o próximo passo?”. Por que eu levanto essas questões? Justamente por não ver o dispositivo ser adotado amplamente pela indústria, uma vez que os jogos tem que ser feitos para ele.
E se a indústria não abraça, isso afeta diretamente os consumidores. Em novembro de 2017, a Sony liberou alguns números relativos ao PSVR. Mesmo sendo líder de vendas do segmento com quase 50% do market share de VR, o número de vendas depois de 1 ano foi de 490 mil unidades. No mundo de hoje, 1 ano pra uma tecnologia é um tempo longo, e nesse período a gente já consegue ter uma boa visão se ele vai ser um game changer da indústria ou não.
É claro que estamos falando da primeira geração dos óculos de realidade virtual, e como toda primeira geração, existem melhorias a serem feitas. Hoje o PSVR é um emaranhado de fios, com um processador à parte, que chega a ser chato e inconveniente. Mas isso não é algo pertinente apenas ao PSVR, e sim algo que assola todos os dispositivos do segmento.
Outra coisa que devemos considerar é o preço, pois a tendência é que a etiqueta, que em março desse ano sofreu uma redução e passou a ser de R$ 2.749,00 no Brasil e $299,99 nos isteites, diminua cada vez mais com o avanço da tecnologia e sua propagação.
A minha expectativa é que na E3 2018 víssemos um pouco mais de VR por parte das grandes desenvolvedoras, mas a impressão que eu tenho hoje, é que os óculos de realidade virtual são um produto meramente experimental. A maioria dos jogos que hoje vemos para ele visam apenas te mostrar como é a experiência VR. Exemplos: Monster of the Deep: Final Fantasy XV, Job Simulator, Tetris Effect (anunciado recentemente), Batman Arkham VR, que é uma experiência de apenas 2 horas, Statik, e por aí vai. É claro que existem jogos bons, como Gran Turismo Sport, que funciona muito bem na experiência de te jogar dentro de um carro, Resident Evil VII, SuperHot, Farpoint, e outros, mas eu não vejo uma adoção em massa da tecnologia.
Se não tivéssemos visto nada de VR nessa E3, acho que poderíamos considerar o começo do fim, mas tivemos Wolfenstein: Cyberpilot na conferência da Bethesda, além de Déracine e Beat Saber.
Eu não estou cravando aqui que o VR é um fracasso, inclusive a Sony disse que o foco na plataforma seria muito maior em 2018, com aproximadamente 130 lançamentos se juntando aos 150 que já estão disponíveis. Eu apenas sou da opinião que a promessa foi muito mais forte do que a entrega, da mesma maneira que aconteceu com as TVs 3D, lembram? Num primeiro momento, ela era o futuro das TVs. Alguem aí tem uma?
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