fbpx Skip to main content

Corra um pouco, escale uma parede, pule, ative o modo de bullet-time e mate uns 4 inimigos de forma épica enquanto dá piruetas e rodopios no ar.

Tem momentos de My Friend Pedro que eu até queria poder salvar e compartilhar um vídeo nas redes sociais, de tão incríveis que foram. Pra ser sincero, eu nem sei se dá pra fazer isso no Switch. Acho que to ficando velho mesmo!

Mas é com essa pegada da primeira frase que eu começo minha análise de “My Friend Pedro”. É muito comum, não só na indústria dos games, que o grande público preste mais atenção naqueles grandes lançamentos, jogos que ocupam estandes colossais na E3 e que gastam milhões com divulgação, mas muitas vezes as joias estão entre as pequenas coisas. E eu nem to falando como se eu fosse O CARA que me dedicasse aos jogos indies, esse cara é nosso querido migo Renan Foka, mas My Friend Pedro chamou minha atenção.

Como um jogo sidescroller que nos remete às primeiras épocas do videogame, My Friend Pedro se destaca em meio a tantos jogos com mecânicas recentes, seja com câmera FPS, seja over the shoulder, ou uma visão terceira pessoa mais comum. Ele acerta ao inserir diversos outros recursos no jogo, que fazem com que toda essa mistura se torne um delicioso caos.

Tem horas que você vai precisar balançar numa corda, no melhor estilo Pitfall no cipó, mas a surpresa mais legal foi quando eu peguei um skate para andar naquele cenário, e podia matar uns inimigos combinando Matrix e Tony Hawk. Taí uma mistura que jamais que ia fazer num texto. Mas é bem por aí mesmo, pelo menos na minha mente insana.

Vou dizer que no começo estava achando o jogo um pouco repetitivo demais, mas era só porque eu tinha apenas uma pistola como arma, e conforme meu arsenal foi incrementando, isso foi mudando, claramente. E, conforme seu arsenal vai aumentando, os puzzles do jogo também vão ficando mais difíceis, obviamente, mas de uma maneira tão legal que às vezes eu me peguei parado por alguns minutos olhando pro resto da tela e pensando: “Como diachos eu vou passar por isso?” Eu tava A PRÓPRIA NAZARÉ TEDESCO FAZENDO AS CONTAS.

E como um bom jogo da Devolver, o jogo é recheado de humor e referências ao mundo real. A começar de que quando Pedro, que eu esqueci de mencionar que é uma BANANA, fica te falando algumas coisas durante o jogo ou quando os inimigos percebem sua presença e falam: “LoL? GG”. É, as referências são muitas!

E o fato de Pedro ser uma banana não é algo que tenha muito impacto na história ou que chegue a ser non-sense…. quer dizer, non-sense é, mas não precisa que a história seja muuuuuuuito coerente para que o jogo seja bom. A variedade e mistura de mecânicas é que torna esse jogo tão único e especial.

Você começa a jogar, e continua jogando, e continua jogando, e continua jogando até o ponto de que o Switch acusa bateria baixa (desculpa gente, eu não uso o Switch no modo dock) e você fala: “Caramba, o tempo passou e eu nem percebi”.

E poucos jogos, pelo menos que eu saiba, conseguiram misturar tanto mecânicas tão distintas num jogo só que faça com que aquilo pareça um ballet. Aliás, fica a dica: ativando o modo bullet-time, devia tocar música clássica. Aí seria a cereja no topo desse bolo maluco cheio de camadas diferentes, que resultou num sabor incrível.

My Friend Pedro: my new best friend.