Disclaimer: Shoutouts para a Square Enix que gentilmente nos enviou uma cópia de Dragon Quest XI e possibilitou esse review!
Lançado para comemorar os 30 anos da franquia, Dragon Quest XI consegue reproduzir todos os clichês que criou dentro dos JRPGs e aperfeiçoá-los de uma maneira incrível.
Logo de cara, você encontra vários elementos clássicos da franquia, como os save points nas igrejas, as batalhas por turno, o símbolo da série, o Slime. Está tudo ali, todos os elementos que Dragon Quest criou ao longo dos seus 30 anos de vida. Mas é tudo tão bem feito que os elementos parecem novos, nuncas antes visitados.
A história do jogo, a princípio, é simples. Contando sobre um príncipe de um reino invadido por monstros que só descobre a verdade depois de muitos anos, que ele é a reencarnação de um herói antigo que salvou o mundo e agora tem que cumprir seu destino. Ao longo da jornada você encontra outros parceiros que se juntam a equipe. Todos os personagens são interessantes e divertidos, com histórias únicas e motivações dignas. A maneira com a qual eles se encontram com o herói é muito natural, e quase coisa do destino deles.
As batalhas por turno são tão envolventes que você não enjoa independente de quantas vezes você entrar em uma. E você vai entrar em várias. O mapa do jogo é enorme e o número de monstros é correspondente. Cada batalha necessita de uma estratégia usando as classes dos personagens que o jogador pode controlar. Ora você usa o personagem principal para ataques físicos, ora você usa ele como o curandeiro do grupo, pois seus ataques físicos não podem fazer muito contra aquele determinado inimigo. Outro elemento divertido das batalhas é o sistema de power up que aparece no jogo, o Pep System. Esse elemento faz os personagens ficarem mais fortes por alguns turnos e habilita um golpe especial para os personagens. Alguns podem realizar esse golpe sozinho, outros somente em dupla com outro personagem que também esteja com o Pep ativado. Essa ativação acontece randomicamente, e pode salvar os jogadores em determinadas batalhas, já que os golpes especiais possibilitam tanto um golpe “finalizador” que dá bastante dano, quanto powerups para toda a party.
Outros elementos interessantes que o jogo traz são a Skill Tree e o sistema de Crafting. A Skill Tree de cada personagem traz habilidades que podem ser selecionadas de acordo com os pontos de habilidade que você possui. Esses pontos são ganhos ao subir de nível e podem ser usados na para cada uma das armas que cada personagem pode usar. Por exemplo, Sylvando pode usar espada, um chicote e facas. Dependendo de como o jogador queira combinar quais personagens ficarão focados no uso de cada arma, a skill tree possibilita essa especialização de cada um, além das habilidades já adquiridas conforme for avançando de nível.
Já o sistema de crafting possibilita a criação de armas, armaduras e itens nos acampamentos, usando materiais coletados nos mapas e drops de monstros. Os itens criados a partir desse sistema podem ser muito úteis, pelos atributos altos. Mas utilizar somente desse sistema para itens bons não é necessário. A maioria deles pode ser comprado nas lojas, já que juntar dinheiro é relativamente mais fácil do que ficar caçando os materiais.
Essa enormidade do mapa do jogo, infelizmente, acaba trazendo uma desvantagem para as side quests. Nas 30 horas de gameplay que eu tive, nenhuma side quest me fez atravessar longas distâncias para completá-la. Tanto as recompensas quantos os desafios que ela me traria, não me pareciam valer a pena atravessar o mapa para um ponto completamente oposto ao da quest principal. E isso mesmo com o jogo apresentando maneiras de viajar pelo mapa mais rápido, com um cavalo que pode ser chamados em vários pontos, a viagem rápida através da magia Zoom, adquirida bem no começo do jogo e em determinados lugares, monstros especiais, que após você derrotá-los, você pode montá-los e sair andando com eles.
Por se tratar do primeiro Dragon Quest dessa geração, o jogo está deslumbrante. Os gráficos estão fantásticos e o mundo do jogo é lindo. Os designs de Akira Toriyama se destacaram muito no modelo que foi usado no jogo, e os monstros ficaram tão únicos e tão divertidos que sempre que aparece um novo, você fica curioso para saber como ele se movimenta e quais são os ataques dele. A animação em si está excelente. Seja nas cutscenes ou nos próprios combates, a maneira com a qual os personagens se movem é tão natural que parece que estamos assistindo a um filme.
Infelizmente eu não posso dizer coisas tão boas da dublagem e da trilha sonora. O jogo foi lançado no Japão sem aúdio dos personagens, mas quando foi lançado no ocidente, a Square Enix decidiu que era melhor dublá-lo. A dublagem é muito carregada em sotaques do Reino Unido, o que acaba descaracterizando muita coisa. A trilha sonora é o pior elemento desse jogo. Ela destoa completamente de tudo, sendo por várias vezes irritante. Ouvir a música de batalha toda vez que entra em uma pode ser desanimador.
Dragon Quest XI é o melhor JRPG lançado nesse ano, usando todos os elementos de um JRPG clássico da melhor forma possível. Ele representa o clássico da forma mais atual possível.
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