A Bela e a Fera live action teve, desde o primeiro momento que foi idealizado, uma missão praticamente impossível: a de se igualar (ou até mesmo superar) a clássica e inestimável animação de 1991 que marcou o renascimento dos estúdios Disney e ficou eternizado como um dos melhores desenhos longa metragem feitos até hoje, sendo sucesso de público (amada por uma geração inteira!) e público (tanto que chegou a ser a primeira animação na história a ser indicada ao Oscar de Melhor Filme, e em 2002 foi selecionada para preservação no National Film Registry pela Biblioteca do Congresso por ser culturalmente, historicamente ou esteticamente significante). Apesar de todo orçamento e tecnologia empregada o live action mostrou que essa missão era realmente impossível e tropeça em vários pontos.
A história do filme mantém o escopo já conhecido e estabelecido pela animação. Apesar disso algumas modificações foram feitas acrescentando novos aspectos e dando uma profundidade maior em alguns temas antes ignorados, como o que houve com a mãe de Belle. Além disso, os livros e a biblioteca da Fera ganham uma importância maior no enredo, sendo o elo que firma um contato mais humano entre os protagonistas.
Os personagens também mantêm suas características originais, porém com um ar mais “sombrio” e seco deixando de lado o humor por mais momentos de conflito e tristeza. Aliás esse clima se estende para o filme como um todo, deixando tudo com um ar mais melancólico.
Com relação a performance, Emma Watson se esforça bastante, mas não consegue convencer como uma princesa da Disney. Já Dan Stevens entrega uma boa Fera (embora não seja possível ver as expressões do ator em muitas cenas) muito parecida com a do clássico; pena que no final ele volta a forma humana.
Os personagens do castelo se mostram muito bem de uma maneira geral. Ewan McGregor e Ian McKellen, que formam a dupla castiçal e relógio, coordenam bem as cenas em que aparecem, com destaque para o primeiro. Quem agrada mesmo é Emma Thompson como Sra. Potts.
Agora aqui o grande destaque dentre as interpretações: Josh Gad como Lefou e Luke Evans como Gaston. Enquanto Evans entrega um vilão tradicional, mostrando quem é a verdadeira fera, Gad entrega os momentos mais cômicos do longa.
Quanto às sequências musicais não vemos grandes diferenças da animação, estando todas as clássicas canções presentes e as performances simplesmente transportadas (ou quase) para a uma versão com autores. Porém aqui a cena que chama mais a atenção é a do primeiro jantar de Bela no castelo e não a do baile (o que para mim foi uma certa decepção).
Mesmo com um elenco recheado de estrelas, o filme tropeça no roteiro. Tudo é mostrado com pressa dando a impressão que não há um respiro entre uma cena e outra e que se passaram apenas algumas horas entre o momento que conhecemos Belle e o final da história. Além disso é aparente que falta mais emoção (o que prejudica muito um musical/romance).
Outro ponto que acaba decepcionando é o design dos habitantes do castelo. Apesar de boas atuações o visual não agrada muito (mesmo com um orçamento milionário) parecendo algo inacabado e sem polimento. Até mesmo a Fera não possui a qualidade gráfica vista em MOGLI.
Em suma um filme que veio para somar lucros para a empresa, mas sem pretensões de ser lembrado e amado por gerações (na verdade possui potencial para ser esquecido).
Confira abaixo o trailer do filme e da animação:
https://www.youtube.com/watch?v=Fw0wCyBVX9Y
https://www.youtube.com/watch?v=KFAuzwGS8jA
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