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Mulher Maravilha: O filme que os super-heróis precisavam

E após 75 anos, finalmente a espera de muitos fãs da DC Comics acabou. Mulher Maravilha chegou e os fãs vão poder aproveitar para conferir em toda a sua glória a versão cinematográfica de uma das mais queridas (e importantes) heroínas das HQ’s. Em um mundo dominado por seis filmes do SuperCoxinha, oito do Super Morcego (sim, oito. Estou contando o filme com Adam West, óbvio) e uma brechinha para o lamentável e esquecível Lanterna Verde, renasce a esperança de termos boas adaptações com a Mulher (ão da porra)- Maravilha. Conhecida pela série de TV dos anos 70, com Lynda Carter, a Deusa Grega era a única heroína da Trindade que não tinha chegado ainda à telona, e parece que toda espera valeu a pena.

Eu confesso. Só assistia ao seriado da Mulher Maravilha quando criança porque essa mulher é MUITO linda. (Trocadilho não-intencional)

Vamos ao filme

Começamos conhecendo a menina Diana (Gal Gadot) em Themyscira, lar das Amazonas. Serelepe, rebelde e com o coração aventureiro, aprendendo sobre a história de seu povo mas ainda não entendendo muito bem a sua importância, sua missão e seu lugar, mas ainda sim com vontade de fazer a diferença no mundo. Sendo superprotegida por sua mãe, Hypólita (Connie Nielsen), a garota é encorajada a grandes feitos, e secretamente treinada, por sua tia, General Antíope (Robin Wright) ao perceber que, além de seu destino, também seria difícil segurar a menina que tem personalidade forte, questionando tudo sobre tudo.

Já mais velha, Diana acaba conhecendo o Capitão Steve Trevor (Chris Pine), que cai com o avião no mar, próximo a ilha, e acaba trazendo no seu encalço um batalhão, ocasionando uma incrível e empolgante batalha entre as Amazonas e os soldados alemães.

Após a batalha, uma parte humana de Diana fala mais alto, querendo aprender e salvar o mundo dos homens da guerra, ocasionando com sua ida para Londres com Steve. E a escolha dos atores não podia ter sido mais acertada, a quimica entre Gadot e Pine é incrível, o que rende boas cenas, com sentimento, além de ótimas cenas mais engraçadas, com boas piadas e sacadas. E é muito curioso ver como Diana enxerga o mundo e seu conhecimento sobre certas coisas, tendo uma leve, mas nem um pouco forçada, inocência em suas falas e atitudes.

Mas é no campo de batalha que ela se destaca. Ganhando admiração de sua pequena e pioneira “Liga da Justiça”, seu primeiro contato em grupo, Diana se mostra uma grande heroína salvando os moradores de uma vila.

Apesar de ser um bom filme, tem seus pontos fracos e, infelizmente, um deles são seus antagonistas. Claro que entendo que é um filme sobre a origem da Mulher Maravilha, e que seu arco é muito bem construído, mas ao mesmo tempo os vilões poderiam ter mais espaço para aumentar a ameaça. De forma rasa e reviravoltas um pouco desnecessárias, o clímax do filme deixa a desejar. Outro ponto que incomodou é o exagero da moda Snyder (maldita câmera lenta), não é necessário ter câmera lenta a todo momento, a cada bala desviada. Mas claro, apesar dos problemas, são detalhes que não prejudicam a experiência.

Mas um grande ponto positivo e muito interessante, é como a diretora, Patty Jenkins, nos põe no mesmo ponto de vista da garota, enquanto ela aprende sua historia nós entendemos suas origens e futuras decisões e questionamentos que ocorrem tanto para sua mãe quanto para o Capitão Steve Trevor (Chris Pine), fazendo com que essa historia de origem não fique parada e chata tendo em vista que muitas pessoas não conhecem nada sobre a origem da princesa. E também mostrando que a semi-deusa tem controle da situação, tomando a frente em todas as situações. Foi um incrível trabalho de Jenkins, colocando uma visão feminina, mas não sendo exagerada e nem sexista. De forma equilibrada, todos podem, de alguma forma se identificar com Diana.

Sem exageros, o filme é um dos melhores do gênero de super-heroi, e certamente o melhor do Universo da DC. Tem seu lado sombrio e cômico de formas bem equilibradas e ultrapassando o nível de entretenimento e provavelmente entrando pra história, por ser o primeiro filme de uma super-heroína dirigido por uma mulher, em um momento onde mulheres brigam por seus direitos, igualdade e reconhecimento. Talvez um espelho para as garotas dessa nova gerações onde não tinham muitos exemplos de heroínas tão fortes para se inspirar. Com isso também a gente espera que a indústria de Hollywood pare com a palhaçada de ficar falando que filme de super-herói com protagonista feminina não vende.

Se com a estreia da personagem em Superman v Batman: A Origem da Justiça, a Mulher-Maravilha já foi o ponto alto do filme (que é um filme muito bosta) e nos deixou com gosto de quero mais, agora não resta duvidas que de que não foi uma coincidência, e sim que Gal Gadot realmente é nossa Mulher-Maravilha.