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O herói mais bullynado da face da terra (ou do mar, você escolhe) ganha sua estreia nos cinemas nesta quinta-feira. E chega até que botando um certo respeito. Diferente de outras produções da DC, o filme adota um perfil mais colorido, cheio de neon, com criaturas e naves
 brilhantes e coloridas, meio exagerado mas que já nos acostumamos com esse tipo de estilo em filmes baseados nas HQ’s. Tudo salta aos olhos do espectador mas se vale uma dica, não veja em 3D, da dor de cabeça =/, além de ter um escurecimento de lentes, o que acaba
prejudicando a experiência. (Não sei porque ainda insistem no 3D, quem gosta disso? Numa boa).

O filme conta a história de origem de Arthur Curry, o meta-humano que é levado a jornada de
 sua vida, que não vai apenas forçá-lo a encarar quem realmente é e descobrir se é digno de ser
 aquilo que realmente nasceu para ser, um rei. Aliás um plot bem padrão, com a jornada do herói relutante em assumir seu papel de líder e mais que isso, herói. (Sim, rola esse clichê no filme.)

Nesse ponto o filme é tão piegas quanto pode se esperar que um filme de origem de herói seja. Apesar de ser um filme divertidinho o
 roteiro é cheio de furos, tanto em sua própria produção quanto em filmes deste universo. Por 
exemplo, esquecem acontecimentos referentes ao filme da Liga da Justiça (2017) onde Arthur
 conversa com a Mera, dentro de uma bolha de ar, que sua mãe o abandonou na casa de seu 
pai, sendo que neste longa mostra uma história de alguns anos até que Atlana tenha que
 retornar para os mares. Tudo bem que eu posso estar enganado quanto a isso, só me obriguei a ver a Liga duas vezes na minha vida (e já foi mais que o suficiente).

Quanto à Aquaman, a narração em off do próprio protagonista, quase como um recordatório de HQ, explicando o flashback tenta ajustar a bagunça pelo roteiro simplista. Ok, é a história de origem do Rei
 Arthur, mostrando o herói de valor empunhando a arma que só o Rei digno poderia levantar,
 numa referência claríssima ao Rei Arthur e a Excalibur. Além disso o filme peca em coisas que não fazem sentido. Em
determinado ponto do filme diz que Atlântida é um reino com tecnologia avançada, até fazem 
piadas com o porquê de ter uma ponte para entrar no Reino, mas muito do que se mostra
 naquele ambiente é bem antigo. Meio que evoluíram no tempo mas ao mesmo assim
 pararam de inovar, chegou a ser irônico de certa forma.

Os diálogos que são
 bem fracos, poucas piadas funcionam, principalmente entre Jason Mamoa (Aquaman/Arthur 
Curry) e Amber Heard (Mera), algumas outras cenas, ficam com soluções atropeladas e confusas. Haja vista a sequência na Itália. Visualmente lindo, conceitualmente fraco. 
Mas nem tudo é uma vergonha alheia nesse filme. É bem legal ver Nicole Kidman dando 
porrada na galera, Patrick Wilson como Orm também entrega uma atuação bem decente. 
Momoa tem seus altos e baixos mas o destaque fica mesmo com o visual do filme. É incrível o 
trabalho digital nas cenas que ocorrem dentro do mar, realmente são efeitos primorosos.

Tudo
 flui (pegou? hã, hã?), não parecem estar voando dentro do mar e sim realmente nadando, as conversas não 
ficam distorcidas, cabelos se mexem de forma natural. Acharam uma forma de reproduzir esses efeitos aquáticos de uma forma crível, um trabalho difícil mas muito bem executado. E vale lembrar
 também que é bem legal o uniforme do Aquaman, ele conversando com os peixes e andando 
em um cavalo marinho, que mais parece um dinossauro marítimo. Foi uma bela lembrança da época em que Aquaman era zoado mas 
reproduzida de uma maneira bem sacada, um grande “vai lá, zoa agora! Momoa te parte a cara”. Só teve uma coisa que eu achei que seria melhor, mas que realmente não entrega, que é um dos vilões o Arraia Negra. Atuação fraca, papel fraco na história e participação meio pífia. Esperava mais.

A nova era de filmes do DCEU começa a se distanciar cada vez mais das falhas anteriores (Esquadrão suicizzZZzzzzZZZZzzzz) e do estilo Snyder, câmera lenta, sombrio e tal. Ainda bem porque era um tanto quanto desnecessário tentar causar impacto visual nesse slow motion sonolento.

No fim, é
 um filme divertido, mesmo com suas falhas, até porque o filme se reconhece dessa forma e
 abraça a galhofa com vontade. Vá ao cinema (sem 3D, pfvr), sente sem compromisso algum, sem muita 
expectativa e você vai ver um dos melhores filmes do Universo DC até agora – o que, convenhamos não é muito 
difícil né?! Mas pelo jeito estão aprendendo, e mais importante, encontrando um caminho que funciona.