OLAR! Essa é a minha tentativa de começar uma série. Veja, apesar de ter muitas coisas que eu gosto, é saudável reconhecer os defeitos. Não existe nada perfeito no mundo, e mesmo grandes sucessos tem lá suas falhas. E nessa série só vamos lidar com verdades, sem fanboysismo.
Pra provar isso, eu vou começar com um ícone. Bond. James Bond. Eu adoro os filmes dele, mas tem umas coisas que não dá pra passar. E se você é fã e não curtir o que você está pra ler, aceita que dói menos. Vamos lá:
1 – Pierce Brosnan foi um ótimo Bond, preso em filmes fracos
Você pode até não gostar muito dele, mas não dá pra negar que ele é no mínimo o segundo melhor Bond. Inclusive ia ser ele, não Timothy Dalton o escolhido, mas os produtores da série em que ele atuava, Remington Steele, resolveram ressucitar a série e o papel passou para Dalton, que foi James Bond por dois filmes. Já Brosnan só foi ter a sua chance quase uma década depois, em 1995.
E a sua sequência começou bem. Goldeneye é um filme FODA. Além de render um dos melhores jogos da história pra Nintendo 64.
Daí pra frente foi só desgraça: “O Amanhã Nunca Morre“, “O Mundo não é o Bastante” e “Um novo dia para Morrer“, podem seguramente ir parar na lista de piores filmes da série. Principalmente o último.
Na minha opinião de merda, ele só perde para o Sean Connery. Era o cara para o papel na época dele e fez o melhor que pode. Mas era quase deslocado, no meio de tanto xorume que os roteiristas conseguiram criar. Foi muito potencial desperdiçado, uma pena.
2 – Os produtores deixaram a Madonna escrever uma música-tema
Eu não gosto dela, mas entendo que ela é um ícone e está na história da música. Mas numa boa, não faria sentido nem na época do auge dela, quando ela acertava um sucesso atrás de outro. Como por exemplo a Adele agora em Skyfall.
E aí os produtores fazem o que? Esperam ela estar a meio caminho pro ostracismo, pra dar uma música tema na mão dela. Aquela música infame. Uma das piores, talvez a pior música tema da série. Seguida bem de perto por Quantum of Solace, com certeza. Mas é uma música que não tem nada de James Bond. Som eletrônico pesado e irritante e com a voz da Madonna. Aonde ia dar certo?
3 – Não faz nenhum sentido ter o M de volta em Skyfall
SPOILER ALERT PRA QUEM AINDA NÃO ASSISTIU SKYFALL!
O personagem M, na verdade é uma entidade na série. O Chefe do Serviço Secreto já foi interpretado por Bernard Lee nos primeiros 11 filmes, depois o papel passou para Robert Brown por 4. Depois tivemos a bela atuação de Judi Dench como uma M, por 7 filmes. Aí a personagem foi assassinada no fim de Skyfall e substituída por Ralph Fiennes (dessa vez, atuando com nariz).
O problema é: A Judi Dench foi a M por todos os filmes de Brosnan, mas continuou durante a fase nova, que em alguns momentos parece um reboot. Em outros não, parece que só trocaram o Bond mesmo, como sempre foi costume. Antigamente era um reboot de leve, só trocando o Bond e uma coisa ou outra, mas dessa vez eles precisavam de um reboot mesmo, pra dar aquela revitalizada na franquia. Mas mesmo sem fazer lá muito sentido, ela é uma atriz foda e interpretou a M fodasticamente.
4 – Roger Moore já começou meio velhote
Quando ele estreou em 007 – Viva e deixe Morrer, Roger Moore já estava com 46 anos, a mesma idade que Daniel Craig tem agora, que vai rodar seu 4º filme. Desde o começo, Moore já parecia velho para o papel. Tudo que fez o Bond popular com Sean Connery, quase não existia ali. Ele mais parecia um mordomo do que um agente secreto, fora umas tentativas de ser engraçadão.
Com 7 filmes, Moore terminou sua fase em 1985 com 007 – Na mira dos Assassinos, onde ele estava com 58 anos. Aí você pensa: Um velhote, dando um talento na mulherada que tem idade pra ser neta dele, pega meio mal né?
5 – Efeitos Especiais toscos são comuns
A maioria dos filmes tem uma verba gigante, Hollywood style, mas não é raro termos efeitos no mínimo esquisitos. Desde a época dos primeiros filmes, com aquele trecho do Iate em 007 Contra a Chantagem Atômica, ou o Dr. Kananga explodindo como um balão em 007 – Viva e Deixe Morrer, até a fase Brosnan com aquele surfe no tsunami em 007 – Um novo dia para Morrer. E se você pensa que eles largaram disso, repare no chromakey level Chapolin no começo de Skyfall.
Não que não seja forçado, mas né? Pelo menos faça parecer um pouco mais real.
6 – Timothy Dalton merecia mais filmes
7 – A única coisa boa de 007 – Um novo dia para morrer
Esse filme provavelmente é o pior filme do James Bond já feito. Um roteiro essquisito, um vilão ridículo, personagens fracos, muitos efeitos especiais toscos, Madonna cantando, Madonna atuando. Apesar de ter feito dinheiro, foi um fracasso de critica e eu acho que os fãs também não gostam. Eu não gosto. É muito ruim, sério. Se você ainda não viu, não perca seu tempo.
De qualquer maneira, no meio desse mar de merda, foi uma coisa boa. Os produtores perceberam que esse Bond, não funcionava mais pra audiência atual. Essa geração espera outras coisas de James Bond. E aí o Reboot foi inevitavel e agora está tudo bem, com os filmes bons novamente.
8 – A questão George Lazenby
Se as pessoas torcem o nariz para Timothy Dalton, certamente George Lazenby é unanimidade como o pior James Bond da história. A ovelha negra da família. Ele só fez um filme antes de pedir pra sair (abençoado empresário esse) não tinha praticamente nenhuma experiência como ator e é o único ator a interpretar James Bond que não é britânico.
O filme, 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade é bom no geral. Música tema, uma história boa, vilão interessante, com uma boa motivação e um plus: James Bond casa nesse filme! E tudo isso apesar de George Lazenby. Não dá, por mais que se tente defender o cara, ele simplesmente foi o homem errado, na hora errada. Qualquer pesquisa pra saber qual é o Melhor James Bond, dá ele em último lugar.
Se fosse feito com o Pierce Brosnan no papel de Bond certamente seria um dos melhores filmes da franquia.
9 – Sean Connery é James Bond. Nobody does it better
Do pior para o melhor. Ele foi o primeiro e vai pra sempre ser lembrado como O James Bond. Ele tinha tudo na medida certa para interpretar o personagem. Tudo que o personagem precisava, Sean Connery conseguiu atingir. Sem parecer mordomo, nem deslocado dentro do próprio filme, ou qualquer defeito que eu tenha citado antes.
Assumiu o papel com 35 anos, em 007 contra o Satânico Dr. No e deixou a franquia em 007 – Os Diamantes são Eternos. Sean Connery deu todos os trejeitos ao personagem e foi sem dúvida a maior referência para Pierce Brosnan e Daniel Craig, que aliás vai indo muito bem no papel, mesmo sendo um Bond mais com cara de Jason Bourne, que prefere ação do que o cérebro.
E vamos combinar, mesmo que algum ator consiga desbancar Connery, será que as pessoas vão admitir?
10 – A gente vai morrer e a franquia vai continuar aí
Pra terminar, um fato que não é tosco, mas que é bem maluco se você para pra pensar. A franquia James Bond está aí há mais de 50 anos, que por si só já é muita coisa. Mas com o sucesso dos últimos filmes e esse reboot, parece que realmente 007 voltou e vai ficar aí por um bom tempo.
Para fãs como eu, ninguém quer que termine. É sempre bom ouvir a música tema e saber o que vem pela frente. Mas para o estúdio a matemática é simples: Enquanto tiver gente lotando os cinemas, teremos filmes novos. Mesmo em épocas de vacas magras, a EON apostou em James Bond. Simplesmente não tem porquê deixar pra lá.
A parte triste é que provavelmente nunca veremos todos os filmes da franquia. E se continuar como é hoje, James vai continuar a ter filmes quase todo ano, mesmo muito tempo depois de estarmos todos comendo grama pela raiz. Como Star Wars, por exemplo, enquanto houver uma base de fãs tão grande, pode saber que ele sempre vai voltar.
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