Eu já vou logo aqui, na primeira frase, falar: Eu nunca tinha jogado nenhum Far Cry. Até mesmo Far Cry 3, jogo mais bem sucedido da série, nunca tinha me pegado. Veio Far Cry 4 e Primals, e ainda nada. Far Cry 5 me deixou com uma certa curiosidade, mas como era o desfecho de um arco, eu achei que fosse ficar meio perdido. E isso me desanimou. Até que Far Cry: New Dawn foi anunciado.
New Dawn. Um Novo Amanhecer. Um Novo Recomeço. Opa, ta aí a oportunidade de conferir um jogo da franquia, em que, a julgar pelo título, os personagens iriam começar uma nova jornada. Ainda mais com uma temática pós-apocalíptica, que tem se tornado muito comum recentemente, e que eu gosto bastante.
Juntou o tema pós-apocalíptico com uma mecânica predominantemente stealth, eu não tinha muito como não gostar. Mas….. em primeira pessoa. Ok, vamos mesmo assim! Já adianto: não é que é divertido? Eu achei que eu fosse ter muito mais dificuldade em me adaptar com o jogo por conta de ser em primeira pessoa, mas rapaz como eu tava enganado.
Dois dos meu jogos favoritos da vida usam essa temática como base: The Last Of Us (mal posso esperar pela Parte II) e Horizon: Zero Dawn. Se você for ver, eu gosto bastante de jogos que te apresentam um novo recomeço pra sociedade. New Dawn…Zero Dawn… É. E o fato de você poder ajudar na reconstrução de algo, e ver que a sociedade moderna em que vivemos hoje e a sociedade na sua forma mais crua estão separadas por uma linha muito tênue, contribui muito para que a narrativa se torne mais rica.
Forma crua da sociedade. É bem por esse caminho que podemos seguir com esse texto. Em Hope County, ou “Condado da Esperança” em tradução livre, as pessoas vão, pouco a pouco, reconstruindo o que sobrou após os eventos do, SPOILER AQUI, ataque nuclear que devastou tudo no final de Far Cry 5.
E dentro desse condado, você vai encarnar um(a) agente, a ser personalizado no começo do game, que, além de ajudar na reconstrução que citei ali em cima, tem pela frente uma pedra no sapato de nome “Salteadores”, que é uma gangue rival (é claro) liderada pelas Gêmeas Mickey e Lou Pepê e Neném, e sua base passa a ser Prosperity, que funciona não apenas como a base que você deve representar e seu QG, mas o lugar que você deve ajudar a desenvolver.
O que eu acho interessante dessa sociedade crua é o fato de que os interesses de um grupo, quando confrontados com os interesses de outro, agora estão explícitos. Deixe-me fazer mais claro. Quando tudo foi por água abaixo e é preciso recomeçar a sociedade do zero, o mais lógico seria sempre se juntar com um grupo de pessoas, fazendo com que esse grupo seja maior e maior, certo? Sim, só que mais gente, apesar de representar mais segurança e desenvolvimento, num cenário escasso desse, representa também menos recurso. E isso é o que há de mais valioso.
Recursos. Pegue tudo o que você encontrar pela frente. Seja nas bases que libertar dos saqueadores, seja na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê. Recursos são muito valiosos. Eles vão te ajudar, não só a reconstruir Prosperity (lembra que eu falei que você precisava ajudar a desenvolver a base? É com recursos que você fará isso), mas como também será útil em situações de batalha, onde você pode fazer um coquetel molotov para queimar alguns bandidos e mandar seus carros pelos ares. Eu ja fiz isso e é bem legal. É claro que esses são apenas alguns exemplos do que você pode fazer de armas “atiráveis” durante o combate.
O ponto contra do jogo fica por conta do enredo. A história não é seu forte e é pouco cativante, deixando o foco apenas com a crueldade das gêmeas e….. é isto. Mas também não por isso que o jogo é ruim, também. Afinal, eu não fiz você ler até aqui pra que esse texto tenha um final pior que o LOST.
O jogo é muito bonito, tudo é muito colorido, vivo e chamativo, bem frenético, assim como a franquia sempre sugeriu. E a trilha sonora do jogo casa muito bem com o tema. Os Salteadores tem, por característica, o costume de ouvir música alta em suas bases. Então sempre que você está chegando perto de uma e começa a ouvir música, pode saber que você vai, talvez, arranjar briga. E quando a briga acontece, a música fica melhor ainda. Tem Drum’N’Bass, tem Rock… Teve até uma hora que eu tava com a sensação de estar jogando videogame enquanto ouvia um CD do Rob Zombie.
É o jogo da vida? Não, mas ele também não se propõe a isso. Além disso, o jogo conta com um preço bem atrativo. Ele não é full-price, pois na gringa custa US$40, e aqui ele chegou por R$ 149,99. Então se você está sem algum jogo para jogar e quer se divertir num cenário lindo, com uma trilha sonora ótima, vai de Far Cry: New Dawn, que suas horas de entretenimento estão garantidas! Fazia tempo que eu não jogava algo que só outras obrigações me faziam parar.
E aproveitando o espaço, um muito obrigado à Ubisoft que nos enviou uma cópia de Far Cry: New Dawn, e fez com que esse review fosse possível!
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