Como eu conheci Lost Ember?
Estava eu lá viajando na timeline do twitter quando de repente vejo um vídeo de um game que o jogador controlava animais, isso na hora me chamou atenção. De alguns anos pra cá, nós voltamos a ter jogos nos quais você não controla algum personagem humano, Goat Simulator, Untitled Goose Game, Mutant Year Zero são alguns exemplos enquanto que lá nos anos 90 tivemos jogos como Rei Leão e Ecco The Dolphins.
Pelo trailer eu não estava entendendo muito bem o que viria a ser esse game, tudo o que eu vi que, é que ele estava em desenvolvimento pela novata Mooneye Studios, estúdio localizado em Hamburgo na Alemanha.
Como é o início do jogo?
No início de Lost Ember começamos a ver uma brasa redonda que começa a conversar conosco. Ela é uma brasa perdida, daí vem o nome Lost Ember, que anteriormente foi um ser humano, mas que não se lembra do que aconteceu na sua vida passada.
Nos primeiros minutos a brasa perdida começa a procurar ajuda de outros animais para que ela possa finalmente encontrar a Cidade da Luz, uma clara alusão ao céu ou paraíso, mas nenhum deles quer ajudar, até que ela encontra uma loba que não pensa duas vezes e começa a auxiliar aquela brasa que ela tinha acabado de conhecer.
Neste início tudo acontece bem rápido, nós somos apresentados a todas as simples mecânicas do jogo, em uma emocionante cena, a loba percebe que pode possuir os outros animais. Por enquanto você vai achar que são somente um punhado de bichos, mas ao longo do gameplay precisará controlar peixes, patos, bezerros, sapos, elefantes entre outros para continuar a sua busca pela Cidade da Luz, mas também encontrará outros bichos que estão no jogo somente pela zoeira e não fará com que você avance na história.
Para os mais críticos e quem defende os direitos dos animais, algo pode até soar um pouco grosseiro. Quando você controla algum animal, ele não volta para o local de origem dele, se você possuir um filhote de pato ou um tatu e passar de um local para outro que você precise chegar, vai ter que conviver com o fato de ter deixado aquele pobre e indefeso animal ali, enquanto você como a loba, continuará a sua missão.
Gráficos, músicas e colecionáveis.
A direção de arte do jogo me lembra muito o Life is Strange, ambos são simples, certamente não serão lembrados pelos gráficos e mesmo assim possuem uma certa beleza.
Um dos importantes aspectos do jogo também é a música muito tocante em diversos momentos do gameplay. Ela dita muito bem o clima pesado que Lost Ember tem em boa parte dele. Uma pena que se eu não conseguisse passar por algum caminho, seja por falta de habilidade no controle ou por não entender direito o que eu deveria fazer, a música parava e eu ficava lá simplesmente só ouvindo os passos da loba.
Entre os colecionáveis do jogo, você pode encontrar itens que eram importantes para os personagens humanos da loba e da brasa perdida que deixaram pelo mapa do jogo no momento que eles passaram por lá ou então uma série de cogumelos que eu honestamente nunca imaginei que teriam tantos tipos de cogumelos. Mesmo depois de fechar o jogo a primeiro vez, tudo isso faz com que ele tenha um aspecto de replay interessante.
Os problemas do jogo
Lost Ember tem sim seus pequenos problemas, não vi bugs que quebrassem a experiência, tive algumas falhas gráficas e quedas bruscas de frame-rate na segunda metade do jogo, mas é compreensível por ser o primeiro jogo do estúdio.
Veridito
Ao longo das 5 horas de um simples e agradável gameplay, o jogador vai entendendo aos poucos a emocionante história do lado humano da loba e da brasa perdida. Lost Ember não é somente uma história de amor, o jogo tenta nos fazer entender que apesar de nossos erros, as coisas ainda podem ser consertadas se nós procurarmos sermos pessoas melhores. Lost Ember é um dos grandes games que eu joguei em toda a minha vida e que certamente ficará marcado pra mim como um ponto de mudança pessoal.
É com muito pesar que eu olho para a data de lançamento deste jogo e vejo que não existe nenhuma maneira dele ter o mínimo de retorno financeiro, estamos na cara de uma Black Friday e os jogadores estarão mais preocupados em adquirir os games AAA que sairão neste ano ou em anos anteriores, deixando Lost Ember de escanteio. Eu só posso esperar que a Mooneye Studios consiga fazer mais jogos, porque uma história emocionante, eles já mostraram que sabem contar.
Lost Ember está disponível para PS4, Xbox One e PC, sendo que será lançado em uma data ainda não divulgada para Switch.
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