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Parece que foi ontem, meados de 2001, o pequeno guilherminho, com seus 5 anos, cabelo tigelinha e muita alegria no coração, recebia de sua mãe um VHS que traria algo que por toda sua vida o acompanhou e marcou diversos momentos de sua tão intensa existência, cujo título com uma tipografia inesquecível era: Harry Potter e a Pedra Filosofal.

Nos primeiros segundos de filme vemos a figura carismática de Alvo Dumbledore, ainda interpretado por Richard Harris, falando através de suas metáforas e parábolas, pronunciando uma frase que só viríamos à entender anos mais tarde: “Eu confiaria a minha vida a Hagrid”.

Vale lembrar que Harry Potter teve sua primeira edição publicidade em 1997, porém, as palavras de J.K Rowling só se transfiguraram para as telonas no ano de 2001, fazendo com que o menino das Rua dos Alfeneiros ganhasse um rosto, que o ruivo atrapalhado entrasse na nossa casa de outra forma para nos alegrar com suas pérolas, que a bruxa mais inteligente de sua idade mostrasse seus cachinhos e que o vilão que fez tantas pessoas sentirem um arrepio na espinha se tornasse algo além da imaginação de todos os amantes da saga.

Pode-se dizer, de fato, que J.K Rowling criou um mundo mágico de fantasias, mas, na verdade, isso é a metáfora do mundo real para que nós, trouxas (Denominação dada carinhosamente por J.K), entendêssemos que na verdade, a magia se encontra nas escolhas que tomamos diariamente, que nos proporcionam viver nossos momentos de alegria e nossos momentos de tristezas.

É válido dizer que Harry Potter não é um personagem, Harry Potter é cada um de nós, que todos os dias tentamos provar para todos o quão forte somos para enfrentar nossa batalhas. Voldemort não é somente um vilão, Voldemort é cada um de nós que em toda nossa ganância e nossa luta para alcançar o que queremos, acabamos ferindo pessoas e caímos em nossa própria tentação na busca pelo poder. Ronald Weasley não é um personagem secundário, é cada um de nós que pensamos não sermos bons em nada, mas na verdade, o nosso verdadeiro valor está na nossa lealdade. Hermione Granger somos nós que achamos saber de tudo, quando na verdade não sabemos de nada, e tudo bem, pois coragem e bravura são as nossas maiores riquezas.

Cada personagem colocado nesse universo é uma representatividade de nós, de mim, de você, caro leitor, cada pedaço do ser humano é transformada em um personagem, que reflete nossos sentimentos, nossas emoções, nossas lutas, nossos medos, nossas angústias, nossos valores, transformado em uma metáfora, que diz que a verdadeira magia está em nossas ações, em nosso poder de mudar o mundo, ou simplesmente em nossa capacidade de amar ao próximo.

Já são 22 anos desde que Harry Potter nasceu, e o seu impacto no mundo à fora não é somente por uma história genial, que fez com que uma geração inteira se sentisse passando pelos portões de Hogwarts no abrir de uma página ou no toque de uma trilha sonora inicial, mas também por nos mostrar que somos mais fortes do que imaginamos, que estamos sujeitos a cometer erros, mas que no final tudo valerá a pena, e que lutar por aquilo que acreditamos, por mais que isso nos deixe cicatrizes, é o nosso maior triunfo e o nosso maior feitiço tem um nome simples, mas um poder gigantesco: A vida.

Por que Harry Potter é atemporal? Porque não importa que vão se passar mais 20 anos, Harry Potter ainda representará cada um de nós, cada essência do ser humano está eternizado nas páginas e nas imagens que J.K. Rowling tão carinhosa e cuidadosamente criou para, de alguma forma, contribuir para com o mundo que tanto buscamos. O tempo pode afetar nossas escolhas, nossos sonhos, nossos objetivos, nossa personalidade e nossos caminhos, mas jamais poderá afetar nossa essência, assim como o tempo não afetará a marca que Harry Potter cravou em nossos corações.

Malfeito feito.