Antes de mais nada, gostaria de ressaltar que estou me baseando apenas na série da Netflix para escrever este artigo. Eu ainda não li nada sobre os quadrinhos.
Dito isso, a série me despertou um certo interesse desde o seu anúncio. Confesso, porém, que foi um interesse mais do tipo: “Pôoo, que legal. Vai ter uma série de uma HQ em que um quadrinista brasileiro produz.”, do que “Ahhh, mais uma série de super heróis!”. Até porque, temos que combinar que séries de super heróis NUNCA deram certo.
Sei que tem gente que gosta de Flash, Arrow e afins, mas sabemos que eles estão lá para surfar nessa onda de Super Powers. De qualquer forma, como eu disse acima, mesmo não sendo fã de séries de heróis, fiquei ansioso pela estréia do The Umbrella Academy.
Para quem não conhece a trama, escrita por Gerard Way, antigo vocalista da banda My Chemical Romance, e desenhado por Gabriel Ba, quadrinista brasileiro conhecido por grandes trabalhos como Daytripper e Dois Irmãos, ela se passa em torno da família do Sir Hargreeves, um milionário que “cuida” de sete crianças dotadas de superpoderes para, futuramente, criar o time de heróis.
Luther (00.001) é o líder e mais forte do time, mas que possui uma aparência não muito amigável. Diego (00.02) consegue atirar objetos e direcionar eles pra acertarem um alvo, não coincidentemente, ele se especializou em facas. Allison (00.03) consegue induzir as pessoas a fazer qualquer coisa. Klaus (00.04) consegue se comunicar com fantasmas. Número 5 (00.05) consegue se teletransportar e, consequentemente, viajar no tempo. Ben (00.06) possui uns tentáculos na barriga e Vanya, que não possui número só dela, porque não fazia parte do time de heróis.
A história se inicia com a reunião dos irmãos depois de 17 anos, já que cada um tomou um rumo na vida (menos o Klaus… ele não tomou muito rumo, não). Nessa reunião, descobrimos que Sir Hargreeves morreu misteriosamente, que Ben já não está mais entre os vivos e o Número 5 está desaparecido desde a infância. Não demora muito pra gente descobrir que, o que vai motivar o time a lutar juntos novamente é nada menos do que o fim do mundo. Número 5 consegue ir para o futuro e descobre que, em breve, não vai haver mais nada no planeta Terra além de escombros e cabe ao time tentar reverter o Apocalipse.
Pode parecer um começo aberto até demais para ser resolvido em apenas 10 episódios, mas o roteiro é muito competente nesse ponto, tentando explicar o máximo de coisas para dar continuidade na história, mas tomando cuidado para deixar aqueles detalhes para serem explicamos em uma próxima temporada.
E falando em roteiro, devo dizer que fiquei impressionado com a complexidade deste. Acredito que deve seguir os mesmos da HQ, já que é difícil de ver uma trama tão embaraçada em uma série de streaming. Claro que nem todos se impactam com as mesmas coisas, mas houve vários plot twists que fiquei boquiaberto durante a série toda e principalmente nos últimos episódios. Mas claro que nem tudo é perfeito. Por vezes, mais de uma vez, me incomodou demais o fato de que o mundo estava prestes a acabar e o pessoal parecia simplesmente não ter pressa nenhuma para resolver isso.
Cha-Cha e Hazel, dois assassinos de aluguel (para não dar spoilers da história), pra mim, foram os personagens que mais gostei, ao lado do Número 5. Atuações incríveis e personagens muitíssimo bem construídos. Você odeia os três e passa a amar os três em questão de segundos. Não sei vocês, mas estou torcendo muito para um Spin Off dos dois assassinos!
No mais, The Umbrella Academy é, como vi outras pessoas comentando por aí, uma série que demora um pouquinho pra engatar, por manter o arco de desenvolvimento por alguns capítulos a mais do que estamos acostumados, mas que vale totalmente a pena investir suas horas nela. No último episódio, levantei do sofá e comecei a aplaudir sozinho na sala. E aposto que vocês farão a mesma coisa.
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