Sexta feira, dia 09 de Novembro, a Disney anunciou oficialmente o nome do seu novo serviço de Streaming, que a cada informação que sai, promete ser um concorrente pesadíssimo para uma já mais que consolidada Netflix.
A promessa que torna o Disney+ esse monstro, na verdade se deve ao poder das franquias que o Rato Mickey tem nas mãos. Após a compra da Fox, eles tem uma variedade imensa de conteúdo e todo esse poder de fogo será usado.
Falando mais especificamente sobre a área temática da Lucasfilm, já tinhamos confirmada e em produção primeira série Live Action de Star Wars, The Mandalorian, que será comandada pelo mesmo diretor de Homem de Ferro 1 e 2, Jon Favreau.
Pra você que achou que a Disney pararia por aí, achou errado, otário. Junto com o anúncio da plataforma, veio o anúncio de OUTRA série live action de Star Wars, dessa vez que servirá como prelúdio de Rogue One, sobre o Capitão Cassian Andor, interpretado pelo ator Diego Luna.
Eu não vou entrar no mérito da minha opinião pessoal, mas Rogue One foi um tanto controverso. Há quem diga que é o melhor filme da saga, mas por outro lado, existe uma parcela dos fãs que acha que o filme só vingou por causa de uma certa cena, no final do filme. De qualquer maneira, após o anúncio, pairam muitas dúvidas e cetismo sobre essa ideia. Uma série só sobre o Capitão Andor, espião da Aliança Rebelde, que se você pensar bem, é uma prequel de uma prequel. E aí de primeira eu pensei: PQP tanto personagem no universo SW, você pode contar qualquer coisa e vão fazer justamente sobre ele?
Isso começa a dar um pouco de receio, principalmente depois do flop que foi Solo, de que certas histórias não precisam ser contadas. O cara é um espião rebelde, que se une a Jyn Erso e roubam os planos, mas não escapam da fúria da Estrela da Morte. Fim. Mas olhando mais atentamente, se a série for conduzida para um outro lado, talvez exista um bom potencial aí.
A explosão da Estrela da Morte foi um dos marcos da virada dos Rebeldes. O roubo dos planos que possibilitou a vitória é um ponto crucial de toda a história de Star Wars. Foi uma ação crucial que por muito tempo vivia só na imaginação dos fãs, se tornou um ataque ousado à uma fortaleza imperial no planeta Scarif, que terminou com a fagulha de esperança que deu a chance de o Império ser derrotado. Luke, Leia e Han Solo só conseguiram se tornar heróis, graças a esse grupo que foi até lá roubar os planos. Isso é a parte muito boa de Rogue One. Mostrando esse lado de como eventos vão sendo construídos ao longo de tempo e como a linha entre sucesso e falha, coragem e desespero é tênue, especialmente em tempo tão sombrios.
Pelo lado negativo, Rogue One geralmente é criticado por ser um filme com o ritmo desbalanceado, meio Frankenstein, com um terceiro ato que foi abertamente refilmado e revisado até chegar na versão final que vimos no cinema. Os primeiros dois terços do filme mostram uma história de guerra, de como esse conflito Rebeldes x Império consome os dois lados. Afinal, por mais que Star Wars sempre tenha sido uma fantasia, ainda é uma história sobe guerra. E as consequências que ela traz para ambos.
A primeira impressão que nós temos de Cassian Andor, é a de um cara que faz o que for preciso pela rebelião. Tanto que ele mata o informante a sangue frio em Kafrene, para eliminar uma possível ponta solta. Para ele não importam os meios, desde que no fim do dia, o Império caia. A evolução do personagem tem que sair desse ponto, de um soldado que aceita qualquer ordem, frio e calculista, para um líder, disposto a se sacrificar em nome da esperança de libertar a galáxia.
Ao longo do filme, nós vamos pegando pequenos pedaços de informação sobre a história dele. Como ele perdeu a família ainda jovem, assim como a Jyn Erso e cresceu num mundo muito duro, o que o tornou essa pessoa fria e comprometida com a causa, sem questionar a moralidade daquilo tudo. E ele percebe tudo isso justamente quando ele questiona e hesita, não cumprindo a ordem de eliminar Galen Erso. E temos aí o motivo pelo qual uma série sobre ele pode funcionar.
Essa é a ideia forte por trás de Rogue One, que poderia ser vista com mais detalhes na série. Esse conflito entre a Luz e a Sombra, que se repete através da saga, mas focado na moralidade e nas decisões questionáveis tanto da Aliança Rebelde, quanto do Império. Não vamos nos esquecer, que apesar do Império ser a representação do mal e da opressão, os Rebeldes também tem a sua cota de ações moralmente questionáveis, como toda campanha militar. Isso extende a questão da dualidade da Força, para pessoas que não são adeptas e ou sensitivas à ela. A guerra é uma merda, cheia de decisões moralmente questionáveis, éticamente questionáveis, sacrifícios brutais. É um lado inédito de Star Wars, apesar de ter sido sempre uma grande parte da saga.
Esse é o aspecto de Star Wars que eu acho que a série de Cassian Andor pode expandir, além de aprofundar o que, na minha opinião, Rogue One tem de melhor. Como um garoto, vítima do conflito, vai se moldando e se endurecendo, se tornando um espião, frio e calculista, que não se importa com os meios, desde que se cumpram os fins esperados. Uma história sombria por vez. Assim como em Breaking Bad, por exemplo, mostrando a queda de um personagem, lentamente rumo à escuridão.
Claro que pode ser que eu erre categoricamente tudo que eu falei aqui. Não seria a primeira, muito menos será a última. Mas acho que seria um caminho com potencial para a série. Se o tema da guerra não te agrada, tudo bem também, tenho certeza de que veremos participações, ligações e Easter Eggs de vários personagens da era pré trilogia original. De repente Han Solo, Lando, Saw Guerrera, até quem sabe Darth Vader, Maul, Palpatine. Então vale a pena para qualquer fã, nem que seja pra gente criticar depois.
Pra encerrar, eu acho que talvez as idéias de filmes que seriam os Star Wars Stories, como Rogue One e Solo, descolados das trilogias, talvez funcionem melhor como séries. E já que a Disney tá com tudo na mão, como tudo que cai nas mãos do Rato Mickey, as possibilidades são empolgantes e infinitas.
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