“Um já foi, faltam cinco”. É assim que começa o show de despedida do lendário quinteto britânico, em referência à morte de Graham Chapman em 1989, decorrente de um câncer. Esse show foi originalmente apresentado em julho na O2 Arena, em Londres, e depois transmitido para o mundo inteiro via salas de cinema. Eu, rico que sou, fui até lá. Lá no Shopping Eldorado acompanhar a sessão das 12h30 diretamente da sala 07 do Cinemark.
Eu sou fã inveterado dos caras e, para mim, o show teve um gosto especial. Foi a sensação de estar assistindo ao vivo, mesmo sendo no cinema. Me emocionei diversas vezes, por tê-los como referência no humor e por ver quão genial eles são mesmo depois de muitos anos “parados”. É verdade que muito do que foi apresentado nesse show é material antigo, esquetes e músicas mundialmente famosas. Mas ver os “tiozinhos” novamente reunidos em um show com produção impecável foi realmente foda (me permitam ao menos esse palavrãozinho).
O show começa com a esquete “Four Yorkshiremen”. Quatro deles estão reunidos falando que nunca imaginavam, há 30 anos atrás, estar fazendo um show assim, tão bacana. Até que John Cleese começa a dizer que “era mais feliz naquela época quando não tinha dinheiro”; Aí um outro emenda que “era melhor mesmo, morávamos num quartinho apertado mas era bom…” – e a conversa começa a descambar para um non sense tão absurdo que é de chorar de rir.
A cada esquete feita, as risadas aumentavam. A sala não estava lotada, mas os risos eram de como se estivesse. Por vezes as pessoas batiam palmas, tal qual os presentes lá na O2 Arena, tornando ainda mais real a sensação de estar lá, ao vivo. Dead Parrot (o papagaio morto), Spanish Inquisition (Inquisição Espanhola), SPAM (que deu origem ao termo SPAM que conhecemos hoje pela quantidade de vezes que a palavra era repetida na esquete), Not the Noel Coward Song (música que originalmente fala como é bom ter um pênis. Que nesse show teve uma versão expandida de como é bom ter uma vagina e como é bom ter uma bunda), e muitos outros multifamosos números da trupe.
Se eu for falar de cada integrante aqui, esse texto vai durar dois dias, portanto vou falar do grupo no geral: os caras são mitos. Em uma época tão chata para quem faz humor, com várias regrinhas, impedimentos e politicamente correto, ver senhores de mais de 70 anos falando que o “repórter do Daily Mail fez transplante de cu e o cu rejeitou ele” é sensacional.
E, para terminar, segue a principal mensagem que eles passaram e passam até a hoje por meio de uma música: Always look on the bright side of life.
Michael Palin, Terry Jones, John Cleese, Graham Chapman (in memorian), Terry Gilliam e Eric Idle: muito obrigado.
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