Antes de mais nada, se você ainda não viu Star Wars – O Despertar da Força nos cinemas, sugiro que pare de ler agora mesmo! Dê uma passeada pelo ProcrastiNATION e leia outras coisas, veja nosso resumo da CCXP 2015.
Dito isso, vamos à teoria de Ben Ostrower postada no Medium.
Quem é Rey?
Como os milhões de espectadores que assistiram, O Despertar da Força trouxe de volta a alegria de ver um verdadeiro filme de Star Wars e nos permitiu responder algumas questões que ficaram sem ser respondidas por 30 anos (não considerando o universo expandido, claro), como por exemplo: Leia chegou a se tornar uma Jedi? Ela e Han Solo tiveram filhos? Se tiveram, eles também se tornaram Jedis? O que Obi Wan ficou fazendo durante os 30 anos em que esteve escondido?
Pois é, a lista é bem grande mesmo. E como a saga adora nos surpreender com reviravoltas incríveis (“Luke, eu sou seu pai”), ficamos pensando o que essa trilogia nova vai trazer de especial nesse sentido.
Não há como negar, uma das questões principais desse filme é: Quem é a família de Rey, afinal? E, como sabemos bem, a chave do parentesco é bem importante na saga.
A princípio, a única teoria que todo mundo teve sobre Rey, é que ela é filha de Luke Skywalker. DUH, claro, tudo aponta pra que isso seja verdade (o sabre de luz que a chamou, os insights no porão de Maz Kanata, a cena final do encontro entre eles)! Afinal de contas, toda história é sobre a trajetória dos Skywalkers, certo?
Calma, não tão rápido. Está tudo muito fácil. Logo, pode ser apenas para nos despistar.
Então a teoria que queremos fixar é: Rey é neta de Obi Wan Kenobi. Primeiro porque O Despertar da Força tem algumas pistas, segundo porque seria uma conclusão emocionante para o nono filme!
As pistas.
- O Sotaque.
Os únicos dois personagens do lado “bom” que têm sotaques britânicos são Rey e Obi Wan (excluindo C3PO). E isso deixa de ser apenas uma coincidência quando você sabe que no filme existem outros atores britânicos, que tiveram que atuar com sotaque americano (exemplo: John Boyega, Liam Neeson).
- A cena do truque mental Jedi.
A cena em que Rey usa o truque mental Jedi no stormtrooper (Daniel Craig) para se libertar da cela e ficar com sua arma foi tão bem sucedida quanto o uso do truque por Obi Wan, tanto nos filmes clássicos quanto nas prequels. É sua assinatura de habilidade. (mas não é esse plot twist que você está esperando)
- Passeando pela Base da Starkiller.
As cenas de Rey escalando as paredes e andando na ponta dos pés nos lembra de quando Obi Wan ficou andando low profile pela Death Star em Uma Nova Esperança. Uma homenagem superficial ao Episódio IV ou migalhas que nos levam a respostas sobre a nova protagonista da terceira trilogia?
- “Ben Solo”.
A única referência a Obi Wan em O Despertar da Força vem com a revelação do verdadeiro nome de Kylo Ren: Ben. O momento do clímax serve para destacar duas coisas importantes: 1) um lembrete da importância do “Velho Ben” Kenobi na história de Star Wars, e 2) a notável ausência de referências a Obi Wan até esse momento – o único importante personagem de Uma Nova Esperança que não teve uma importância real. Essa omissão cheira a “escondida” proposital de cineasta, nos levando a uma direção diferente de uma revelação sobre Obi Wan mais tarde na trilogia.
Mais pistas sobre essa teoria começam a se empilhar aqui nesse vídeo:
- Roupas similares de Rey e Obi Wan (nos prequels).
- As vozes de Ewan McGregor e Alec Guinness aparecem na cena do flashback/insights do sabre de luz no porão de Maz Kanata: Veja Aqui.
- E, por último, JJ Abrams sugeriu que a solidão de Rey é a chave para sua origem, como uma referência à solidão de Obi Wan entre os episódios III e IV. A menos que a Rey seja neta do Yoda, mas provavelmente não.
Claro, estas são pistas básicas sobre essa teoria e que poderiam ser descartadas facilmente, mas algumas mais amplas vão te convencer:
O grande peso da “teoria Rey Kenobi” é firmado no conceito de que Star Wars sempre tem uma certa simetria narrativa: o bem contra o mal, luz contra o escuro, pequeno contra grande, fé contra tecnologia. Os personagens até dizem o tempo todo em “trazer equilíbrio à força.” Estes padrões no universo Star Wars sempre aparecem em formas mínimas ou mais aparentes.
- O simbolismo do sabre de luz.
Enquanto o filme parece indicar que o sabre de luz azul de Luke é uma “passagem de tocha” de um Skywalker para outro, não devemos esquecer de quem deu o sabre de luz a Luke a princípio: Obi Wan. O sabre de luz ficou com Obi Wan de 20 a 30 anos ou entre os Episódios III e IV, e é apresentado a Luke em um baú de madeira, parecido com o baú visto no Episódio VII no “bar-castelo” de Maz Kanata. É a passagem do sabre de luz de Obi Wan para Luke, além de encorajá-lo a aprender sobre a força, que impulsiona a história para frente. Esta cena-chave no Episódio IV também contém a “historinha mal contada” de Obi Wan sobre o pai de Luke, um truque de narrativa repetido em O Despertar da Força. Dito isso, pense em como a cena final do Episódio VII, da Rey devolvendo a Luke o seu sabre de luz, se torna muito mais emocionante se for novamente um Kenobi se reunindo com um Skywalker com sua arma, um forte argumento para voltarem à luta. Sabemos, claro, que o fardo do sabre de luz depende da Rey aceitá-lo ou não.
- A troca dos mentores.
Não seria apenas especulação dizer que Luke agora vai começar o treinamento Jedi de Rey no Episódio VIII. Se a Rey for uma Kenobi (admita, você já se convenceu) seria uma emocionante troca de papéis do mentor e professor: um Kenobi treinando um Skywalker, seguido de um Skywalker treinando um Kenobi. Simetria narrativa.
- Paralelos aos duelos Kenobi contra Skywalker.
Ambos Episódios III e IV acabam com fatídicos duelos entre Obi Wan e Anakin/Darth Vader. Enquanto certamente há duelos entre Skywalkers (episódios V e VI), sugerimos que o duelo final entre Rey e Kylo Ren se torna muito mais dramático se repararmos que eles estão reencenando a luta entre seus avôs, não uma luta entre primos ou irmãos.
- O personagem de Obi Wan a fundo.
Uma pergunta óbvia sobre a “teoria Rey Kenobi” é: com quem Obi Wan teria um filho? Quando? Assim como monges, Jedi’s não deveriam resistir às relações pessoais e a criar laços? Apesar da importância do papel de Obi Wan nos seis primeiros filmes, surpreendentemente sabemos muito pouco sobre ele. Uma história antiga (não cultivada nos episódios I, II e III) sobre um amor proibido, talvez, poderia enriquecer e aprofundar o personagem de formas surpreendentes. E poderia responder a outra pergunta: o que Obi Wan estava fazendo nos 20 ou 30 anos em que estava escondido, antes de finalmente se conectar com Luke em Tatooine? Talvez ele não seja esse eremita solitário que pensávamos que ele fosse.
- A reviravolta da saga.
Assumindo que Rey não seja apenas a heroína da nova trilogia, mas também o personagem a trazer o “equilíbrio à força”, a revelação de que ela é uma Kenobi e não uma Skywalker, como fomos levados a pensar desde o começo, seria uma reviravolta na história de todos os nove episódios.
Foi dito em muitos pontos nas Prequels que Anakin Skywalker era o “escolhido”- o Jedi que traria equilíbrio à força. Não só era obviamente falso, mas no Episódio VII entendemos que Luke também falhou miseravelmente em trazer paz para a galáxia. O treinamento Jedi que Luke deu a Ben Solo (um descendente de Skywalker) foi um desastre tão claro que inclusive fez com que ele se voltasse ao lado negro da força. No geral, os Skywalkers são um pouco bagunçados: poderosos, mas emotivos, petulantes e frequentemente tentados pela atração do mal. Ben Kenobi que, nos episódios iniciais, é verdadeiramente virtuoso, nobre e de bom coração. Ele é o nosso verdadeiro herói. Ele é incorruptível. Ele sacrifica a si mesmo no fim de Uma Nova Esperança para mostrar a Luke o poder da fé na força, salvando-o e mais para frente a galáxia inteira. Não faria total sentido narrativo uma Kenobi (Rey) ser a real heroína da saga – talvez até salvando a alma de outro Skywalker em conflito (Ben Solo/Kylo Ren) mais tarde na nova trilogia? O quão satisfatório seria perceber que o arco principal dos nove episódios é sobre a família Kenobi, e não a Skywalker?
Um dos momentos favoritos na saga é quando, no Episódio V, Luke interrompe seu curto treinamento Jedi e o Fantasma da Força de Obi Wan se lamenta “Aquele menino é nossa última esperança”. E Yoda replica: “Não… há outra.”.
Escrito originalmente para ser uma referência a Leia, o quão dramático seria se “outra” se referisse a um Kenobi? Depois de tudo, reparamos rapidamente no Episódio VII que Leia nunca se tornou uma Jedi. Se Rey for uma Kenobi e, se no fim do Episódio IX, ela trouxer equilíbrio à força, todos os filmes anteriores passarão a ter um novo significado. Até o Fantasma da Força de Obi Wan nos Episódios V e VI se tornará muito mais um propósito espiritual do que apenas uma explicação conveniente na história. Se Rey se revelar uma Kenobi, vai mudar completamente todo o paradigma da saga.
Enquanto a “teoria Rey Kenobi” é apenas uma teoria nerd (bem nerd) e poderia facilmente ser falsa, ela é potencialmente muito satisfatória para ser ignorada. Se a narrativa se manter como no Episódio VII (e a trilogia antiga), tudo isso pode ser revelado no próximo filme, no Episódio VIII. A grande reviravolta da qual as pessoas vão falar por dias, semanas e anos no futuro.
E aí, você acredita nessa teoria? :)
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