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Modern Family e a produção que vai além do lucro

Olá, eu sou Juny Santana. Desculpa a invasão, é que o Léo me convidou pra produzir um texto pra vocês e nada tinha me chamado atenção o bastante pra isso. Até essa semana.

Não sei se vocês acompanham o seriado Modern Family. Se sim, parabéns! Tenho certeza que sua vida é feliz demais por conta disso. Se não, por favor, retrate-se consigo mesmo e vá assistir. Os Emmys que ela vem ganhando ao longo do tempo são a prova que é uma série fenomenal. E a minha palavra também.

modernfamily

Se você já assiste, pule esse próximo parágrafo. Se você não assiste, deixe que eu te situe:

“A série conta a história de uma família nada comum. Resumidamente é um senhor mais velho (Jay Pritchett) que tem dois filhos: Claire e Mitchell. Jay é separado da mãe de seus filhos e casou-se com uma mulher BEM mais nova que ele (e até mesmo sua filha), sua atual esposa (Gloria) é colombiana e já tem um filho adolescente (Manny).

Mitchell, filho de Jay, é gay assumido e vive em um casamento com Cameron. Mitchell e Cameron adotaram uma criança vietnamita e são uma família feliz.

Claire é casada com Phil e tem três filhos: Haley, Alex e Luke.”

É uma série de humor mas aborda temas relativamente pesados como preconceitos e coisas do tipo.

Mas o que me chamou atenção, o que me fez querer escrever sobre isso, é que na última quarta-feira o episódio “Connection Lost” fora gravado inteiramente com MacBooks, iPads e iPhones.

Não, não foi usar o gadget pra fazer os vídeos em studio ou coisas do tipo. Foi criado um sitcom inteiro onde aquilo estava roteirizado. Os atores interagiam com os aparelhos.

Vou colocar o trailer do episódio aqui embaixo e contar mais ou menos pra vocês como foi abaixo dele. HÁ SPOILERS!

Basicamente Haley tinha sumido e Claire ficou preocupada com seu sumiço. Como Claire estava em outra cidade, num aeroporto distante, decidiu fazer conferências com a família inteira pra saber onde estava Haley, que ainda não havia dado notícias. Nisso era FaceTime pra cá, iMessage pra lá. Safari pesquisando coisas aqui. Find My iPhone ali. Abordando todos os recursos que os usuários da Apple tem.

 

Como estudo publicidade (coisa que vocês realmente não se importam) pensei comigo: CARA, QUE GENIAL ESSE EPISÓDIO PATROCINADO PELA APPLE. O RETORNO VAI SER ENORME.

 

Daí pirei e fui pesquisar. Sabem o que encontrei? Nada a respeito de patrocínio.

 

Modern Family não recebeu UM TOSTÃO FURADO pelo episódio. O que aconteceu foi que o diretor do seriado, que é um fissurado pelos produtos da maçãzinha, escolheu produzir esse tipo de conteúdo porque achou bom.

 

Sabe o que eu achei? Eu achei que isso é algo MARAVILHOSO.

 

Por que se prender a marcas ou qualquer coisa do tipo, escondendo ou não citando pra poder faturar com propaganda? Tem uma emissora GIGANTE de TV aqui no Brasil que faz isso, inclusive.

 

Por que não fazer o que você gosta sem se preocupar com o que vai ganhar ou deixar de ganhar? É só apenas fazer. O mercado dos produtores de conteúdo não vai morrer por isso. Pelo contrário, só tende a ganhar porque o “viajar” na situação só tende a aumentar.

 

Recentemente o dono do SBT, Sílvio Santos, fez uma propaganda pra um serviço de streaming, a Netflix, gratuitamente em seu programa, a sua média de audiência, pro seu público, é imensa e ele não se importou com isso. Foi premiado, inclusive, com um dos donos da Netflix fazendo um vídeo e dando um contrato gratuito e vitalício pro Homem do Baú.

 

Se meu feeling estiver correto, acredito ainda que essa parceria SBT x Netflix pode até vir a vingar.

 

A Porta dos Fundos também foi um exemplo disso tempos atrás aqui no Brasil. Não sou o maior dos fãs dos caras mas foi um case abissal do que se pode fazer deixando a criatividade fluir sem se apegar com temas “bobos” como um contrato. E, não sei se vocês sabem, mas a PdF conseguiu aquele contrato com aquela franquia de comida italiana.

 

Bem, se você é produtor de conteúdo e me leu até aqui, acho que faria bem pensar com a cabeça um pouco mais aberta. Seu trabalho não vai morrer por conta disso, acredite em mim.

 

E, ah, as marcas que omiti mais pra cima no texto são a Rede Globo e o Spoleto. Estaria me contradizendo se não citasse, né?

 

Até uma próxima!

 

(Algumas informações foram tiradas da CNN, do USAToday e do Tudo Celular)