Na década de 50, o simples fato de ter uma tatuagem já era motivo para ser visto como bandido, as pessoas te olhavam torto e te julgavam a todo momento. Pelo menos isso é o que diz o meu avô Jango, que tem algumas tatuagens feitas de um modo digamos, rudimentar. Vou explicar:
Quando o jovem João (nome verdadeiro do Jango) trabalhava no porto de Santos, isso lá por volta de 1947, 1948, quis fazer uma tatuagem. Coisa não muito comum para a época. E a maneira de se fazer tatuagem também era bem peculiar, bem diferente de hoje, com hora marcada em estúdios da Vila Olímpia.
Pois bem, tatuador e o cliente sentavam-se frente a frente. O cliente segurava a parte a ser tatuada de modo que esticasse a pele para não haver falhas no traço. O tatuador, por sua vez, pegava um fundo de lata de metal e colocava em cima de uma estopa embebida em álcool e acesa (claro). Esse processo era para criar uma fuligem no fundo da lata, a partir da queima da estopa. Essa fuligem era raspada do fundo da lata e misturada em outro recipiente com álcool e óleo para fazermos então a tinta. Isso feito, o tatuador tinha uma agulha, agulha mesmo, de costura, presa um suporte, que poderia ser um tubo de caneta, ou algo similar. Então, começava o processo: cliente esticando a pele e o tatuador molhava a ponta da agulha na tinta e ia fazendo o desenho. Furo a furo. Bem agradável.
Agradável não era, óbvio, mas eficiente. Tanto que hoje, aos 83 anos, o senhor Jango ainda ostenta as tatuagens nos braços. O que me fez perguntar: como que uma tatuagem dura tanto tempo? Eis que a internet, dona de todas as respostas, me trouxe esse vídeo que explica muito bem o processo que acontece no corpo.
Vou mostrar o vídeo pro Jango, talvez ele se interesse em fazer mais alguma tatuagem.
Comenta aí Nerd!