O ano era 2019. A vida era mais simples, sem pandemia, sem preocupações de proporções globais, e numa época em que podíamos ter eventos. Mais precisamente a BGS. Estava eu perambulando pela Indie Area (era assim que chamava? Não lembro!!!! #SaudadesBGS), e trombei com Pacer.
Conversando com Carlton, um dos game designer do jogo, ele me explicou um pouco da ambientação e da proposta do que estava à minha frente. Um jogo de corrida futurista, mas com muita velocidade e muita adrenalina. No ano de 2075, a corrida anti-gravidade é um dos esportes mais importantes. E o PACER World Championship virou o centro das atenções.
Mas calma, esse não é apenas um jogo de corrida entre “navinhas”. Pacer oferece naves que vão de 400km/h até 1000km/h, e você realmente sente a velocidade. Você consegue ver que aquelas naves estão em velocidades absurdas. Mas PACER não é apenas sobre ser mais rápido. É também sobre ser mais inteligente, sobre antecipar seu adversário e sobre estratégias. PACER é uma corrida baseada em habilidades, e o armamento que você escolher vai fazer toda a diferença.
Você pode optar por ser um cara controlador (meu caso), e logo no começo tomar a dianteira e daí em diante, ir apenas gerenciando seus oponentes, com habilidades que “expelem” quem está próximo de você, pra longe. Mas você pode ser um cara mais agressivo e escolher armas que atacam quem está na sua frente, para que isso te ajude a galgar melhores posições na corrida. E isso vai de acordo com a estratégia adotada antes da prova.
Criando combinações de armas (uma do lado direito ativada pelo R1/RB, e uma do lado esquerdo da nave, ativada pelo L1/LB), você pode realmente se tornar um cara de muito perigo para seus adversários. E, somado a tudo isso, você tem que se atentar à saúde da sua nave. Colidir com as extremidades da pista em algumas curvas, e impacto com os inimigos (seja por armas ou não), vão diminuindo a capacidade de proteção da sua nave, representada por uma barra de escudo e, se você não recuperá-lo através de itens de escudo espalhados pela pista, uma hora isso vai começar a afetar a vida da sua nave. E aí, meu amigo…. Toma cuidado, porque senão sua nave pode ir pro brejo.
Então apenas com esses poucos parágrafos pudemos ver que PACER é um jogo de muita adrenalina, mas também de muito raciocínio. Velocidade, estratégia, atenção e um pouco de sorte, vão te ajudar a ganhar as corridas, mas a falta deles também pode fazer você ir de 1o lugar para o último num piscar de olhos.
O que mais demora para você se acostumar, na minha opinião, são os controles da nave. Como um jogo de corrida, na minha primeira prova, assim que o semáforo ficou verde, eu mandei o dedo no R2. Pff.. fiquei parado. Sim, PACER é um jogo que me fez lembrar os primeiros jogos de corridas, lá no PlayStation 1, onde o acelerador era o X (A, no Xbox). Lembro até hoje do primeiro jogo de corrida que joguei no PS1, mas isso é papo pra outro texto, ou um podcast.
Depois entendi que os gatilhos (R2(RT)/L2(LT)) são usados para controlar os freios a ar, que fazem sua nave fazer uma curva mais acentuada pro lado que você apertar, pois apenas as alavancas analógicas não darão conta de fazer você virar o tanto que você precisa em determinadas curvas na velocidade que você está.
E a pista também é um fator importante no jogo, pois vai ser ao longo dele que você irá manter a saúde da sua nave e recarregar suas armas. E também pegar boosts de velocidade e encher o seu turbo. É muita informação, mas ao longo da jogatina você vai assimilando tudo isso. E vai ficando cada vez mais legal.
E os circuitos de PACER também são algo à parte. São 14 pistas, sendo que cada uma delas tem 3 variantes (Night, Mirror e Reverse), então repetitivo é uma palavra que não está no vocabulário do jogo. Precisaria de uma boa análise combinatória para saber quantas combinações de naves, armas e pistas você poderia fazer no jogo. Eu sou formado em exatas (em Ciências da Computação), mas nem vou me dar ao trabalho de fazer essa conta. Mas confie, seria uma quantia bizarra de combinações.
Com tantas coisas envolvidas num jogo como esse, a dificuldade dele vai se tornando cada vez maior e dando suas caras. E aí entra mais um elemento para a equação: precisão. Você precisa ser preciso em PACER, eu disse lá em cima que um simples erro pode te jogar para o último lugar, meu amigo…. Seja preciso!
E quando eu falo de estratégia, você vai precisar dela para se adaptar aos modos de jogo que a corrida oferece, pois elas são:
- Corrida Rápida: O primeiro a cruzar a linha de chegada, vence.
- Provação de tempo: Corra contra o relógio e bata recordes.
- Resistência: Você tem que ser o piloto a chegar mais longe. Depois de 1 volta, sua vida começa a diminuir.
- Destruição: Lembra que comentei da vida? Nesse modo é importante. Não tem respawn. Morreu, perdeu!
- Volta de Velocidade: Você precisa fazer a volta mais rápida do circuito. Mas fica esperto que alguém pode bater seu tempo, mesmo depois de você já ter terminado.
- Flowmentum: Sua velocidade vai aumentando conforme passa pelas portas. É, eu disse que a adrenalina é insana!
- Tempestade: As naves terão armas fixas, então você vai ter que se virar com aquilo lá. E seus adversários também.
Resumidamente, PACER pega alguns elementos de jogos de corrida e os leva para o próximo nível. O ponto negativo fica por conta da dificuldade do jogo, mas jogando e treinando a gente vai se virando.
Eu não sou muito de jogos de corrida, mas PACER me pegou e a quantidade de elementos envolvidos no jogo me cativou. Armas, naves, pistas, combinações, skins (não falei disso, né? As naves tem skins customizáveis), modos de jogo, velocidade, estratégia e atenção. Devem ter sido esses pontos que os desenvolvedores colocaram no quadro branco, na primeira concepção do jogo. E conseguiram entregar tudo isso num jogo extremamente bonito e com uma trilha sonora de mais de 80 músicas feitas exclusivamente pro jogo que deixa tudo ainda mais frenético.
PACER. Lembre desse nome.
PACER. Compre esse jogo.
Comenta aí Nerd!