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A terceira temporada de Élite chegou ao fim no dia 13 de março de 2020 e surpreendeu por ter fechado praticamente todos os arcos em aberto desde a primeira temporada e por ter um final emocionante que amarrou inúmeras pontas que precisavam ser ligadas. Foram inúmeros segredos, mentiras e assassinatos durante as três temporadas, e hoje, trago um ranking pessoal justificado entre todos os personagens que fizeram parte do elenco regular da série. 

Para tal, levo em consideração critérios como: intensidade do personagem, tempo de tela, carisma, atuação e importância na história.

16. Malick (Leïti Sène)

Além de ter menos tempo de tela comparado a todos os outros, foi um personagem que apareceu para balançar negativamente a relação de irmãos entre a Nadia e o Omar e não teve tanta importância na história como personagem solo. Senti que poderia ter tido mais aprofundamento na sua história e na sua personalidade para eu sentir que o final que lhe foi dado era realmente digno. 

15. Cayetana (Georgina Amorós)

Eu não sou muito fã da Cayetana por conta da sua obsessão por mentiras e por ela ir até o fim com elas sem se importar muito com as pessoas, mas reconheço que ela teve um aprofundamento muito maior que o Malick. Durante duas temporadas, conhecemos todos as suas questões e de certa forma por vezes as entendemos. Apesar disso, ela fica nessa posição.

14. Marina (María Pedraza)

A Marina era de certa forma a personagem central da primeira temporada, e ela cumpria totalmente o papel de adolescente rebelde da sua idade. Apesar da boa atuação da atriz, não consegui me apegar muito à personagem e não senti tão intensamente quando ela morreu. Está nessa posição também por ter tido apenas uma temporada de história – mesmo com o seu fantasma rondando todos durante as posteriores. Embora tenha durado pouco, trouxe muitos debates importantes para a história.

13. Yeray (Sergio Momo)

E por falar em debates importantes, aqui jaz um personagem que trouxe o tema da gordofobia para a história, e se mostrou tão sensato que até nos piores momentos de Carla, ele não foi capaz de deixá-la à deriva por saber da maré de problemas que a garota estava passando. Gostei deste personagem, consegui enxergar as suas camadas e foi sem dúvidas um acréscimo interessante para a terceira temporada da série, espero que ele continue.

12. Nano (Jaime Lorente)

Já conhecia o ator de La Casa de Papel e a atuação dele é inquestionavelmente convincente, mas o personagem fez tanta coisa errada que eu não consegui não ter raiva em vários momentos. Fiquei impressionado com a forma que a atuação dele conseguiu me fazer sentir raiva quando necessário, mas compaixão em outros momentos – aí eu me lembrava de todas as atitudes irresponsáveis emocionalmente com todos ao redor e esquecia essa compaixão. Gostei do arco do Nano, as tramas foram concluídas de maneira crível e com certeza gostaria de vê-lo no futuro.

11. Christian (Miguel Herrán)

Outro de La Casa de Papel com atuação acertada e carisma inegável. O personagem teve uma dinâmica muito interessante com Carla e Polo principalmente, mas conseguiu trazer um alívio cômico que a série precisava em alguns momentos e uma atuação mais séria e maciça em outros – destaque para a cena do hospital em que ele se despede da Carla. Com certeza teria subido mais no ranking se tivesse ficado mais tempo na história. Outro que eu gostaria de ver de novo.

10. Polo (Álvaro Rico)

De fato, Polo é um assassino e teve o final que deveria, mas parece que durante toda a terceira temporada o roteiro tentou nos mostrar o quanto ele tinha outras camadas boas e sonhos assim como qualquer um, e foi isso que lhe trouxe até a décima posição. Na primeira temporada, achava o personagem morno, mas depois, ele foi tão bem trabalhado e aprofundado que eu consegui me sensibilizar com ele de uma forma semelhante à de Nano – uma empatia culposa. A história dele foi uma das melhores desenvolvidas na história e o Guzman dizendo que o perdoava em meio à sua morte foi de desmoronar o coração.

9. Samuel (Itzan Escamilla)

Eu tive dificuldades com o Samuel, admito. Até eu me acostumar com o protagonismo do personagem levou um tempo, uma vez que ele não me cativava – assim como muitos protagonistas que seguem a mesma storyline. Após entrar de cabeça nas vidas e respectivas tramas de Carla e Rebeka, eu comecei a enxergar o personagem de outra forma e gostar um pouco mais dele e de seu papel na história. Ao final de três temporadas, vejo como ele foi importante para o desenvolvimento de vários, mas acho indispensável que ele continue na série para tentar ver mais camadas dele como personagem autêntico, sem estar tão envolvido na trama de outro personagem a ponto de perder a si mesmo.

8. Omar (Omar Ayuso)

O Omar era um dos meus favoritos no começo da série – enquanto o Ander era um dos que mais me irritava por pressioná-lo tanto -, mas os papéis se inverteram. A atuação aqui é boa e o personagem é dócil, complexo e importante, mas eu fiquei hesitando muito em admirá-lo novamente depois que ele traiu o Ander (com câncer) com o Malick ao mesmo tempo que traiu a confiança da irmã. Achei ótimo o seu arco e o fato da série ter me pego a ponto de eu encolerizar com a índole dos personagens.

Ainda que ele tenha me decepcionado, ele continua sendo um personagem que enxergo uma profundidade insubstituível para a série, inclusive, fiquei feliz que entrou para Las Encinas no final da terceira temporada.

7. Rebeka (Claudia Salas)

A Rebeka é uma personagem que eu gostei muito desde que entrou na série, a dinâmica entre ela, Nano e Samuel foi bem mais interessante que a dinâmica que envolvia Marina na temporada anterior. A personagem é engraçada, aparentemente abnegada e marcante, ao mesmo tempo que tem um outro lado cheio de questões a serem resolvidas. Ela trouxe com Valério a ausência que Christian deixaria como alívio cômico – e foi ainda melhor. Felizmente, ela não deixará a série na quarta temporada, pois ainda tem muito da sua história a ser concluída.

6. Valério (Jorge López)

O Valério foi outro alívio cômico que também mandou muito na série, foi hilário e ao mesmo tempo bem acentuado em termos de problemas pessoais e assombrações do passado. Foi cativante pelo jeito único e acrescentou muito à trama da Lu. Infelizmente, deixou o elenco da série – não sei se foi um bom momento -, mas tenho esperanças de o ver novamente no futuro em alguma participação especial. 

5. Nadia (Mina El Hammani)

A prestigiada e poderosa Nadia ocupa a quinta posição. O poder desta personagem foi indiscutível durante toda a sua atuação nas três temporadas da série. Senti com cada lágrima, com cada olhar e com cada desejo reprimido por obrigação. Foi libertador vê-la se desprender de tudo que a mantinha sendo uma coisa que ela não era em sua essência. Também irá embora do elenco, ao menos teve um destino merecido e livre, mas que fará falta na série, sem dúvidas fará.

4. Guzman (Miguel Bernardeau)

Guzman evoluiu muito como personagem – e a atuação conseguiu acompanhar essa evolução. O egoísmo interferido pela perda da irmã, depois a dor e a sede de justiça, a relação com a Lu, a amizade com Samuel, o romance com Nadia e no fim de tudo isso, uma resposta concludente que resolveu todos os problemas e deixou o personagem nas mãos do desconhecido – uma vez que Polo está morto e Lu e Nadia foram embora. Estou curioso para conhecer os caminhos que ele seguirá daqui em diante agora que passou por muita coisa e está muito mais maduro e circunspecto. Me surpreendi muito com ele e acho que isso foi o ponto mais alto de tudo, visto que no começo da primeira temporada ele me soava como um dos piores.

3. Lucrecia (Danna Paola)

E por falar em maturidade e evolução, aqui temos um excelente trabalho de roteiro e atuação. Lu começou como Guzman, daquele tipo que me irritava, e assim se manteve, com toda essa essência egoísta durante grande parte da série, até dar um tapa na minha cara e me mostrar todas as condições internas da personagem que a tornavam daquela forma. O discurso dela no final da segunda temporada foi deliciosamente tocante, e na terceira temporada, ela ajudando Nadia e superando Guzman foram as rubricas que eu precisava para trazê-la para esse pódio. Uma das maiores perdas da série.; espero vê-la de volta no futuro e fiquei muito aliviado com o seu destino – principalmente depois dela ter sido a assassina de Polo.

2. Ander (Arón Piper)

Sim, os dois personagens mais internamente fechados e externamente impassíveis da série contemplam o meu top 2. O fardo carregado por Ander durante toda a série me despertou um lado altamente compassivo. Bem no começo, ele me deixou bastante zangado, mas o seu olhar misterioso para todas as situações me despertou uma curiosidade que foi crescendo com cada nova trama. Um dos melhores piores momentos do personagem foi quando Polo despejou toda a verdade sobre o assassinato de Marina em cima dele, e a atuação entregou uma culpa no ar que eu não esperava que o ator fosse capaz. Depois de me apegar muito ao personagem e a todas as suas questões, a série entregou um câncer que me fez o sentir mais vulnerável do que antes, e assim como Nadia, vê-lo sair de tudo aquilo, ter um desfecho de temporada tranquilo com a sua saúde, a família, os amigos e com o Omar foi supimpa. Ele não sai da série, um alívio.

1. Carla (Ester Expósito)

A melhor personagem da série, quase que universalmente. Um poder cheio de fraquezas, um olhar cheio de história, um ar cheio de convicções mal resolvidas, uma imperfeição nitidamente perfeita. Carla teve inúmeros backgrounds durante a história e conseguiu se adaptar com maestria a todos eles. Cometeu muitos erros na série mas me fez querer ficar do lado dela em todos eles – muito mais que Nano e Polo. Evoluiu totalmente durante toda a trama e mesmo com a sua saída da série, duvido que alguém a ultrapasse como a minha favorita. Destaque para a segunda temporada sendo guiada pelo segredo da morte de Marina, pelas cenas do compasso, pela relação com Christian e para todo o resto. A maior perda da série, sem dúvidas. No futuro é quase certeza que a vejamos em alguma participação, pois seu papel na série foi o mais aclamado em todo o mundo, os dados e o fandom comprovam.

E aí, procrastinador, o que achou deste ranking? Consegue elaborar um? Fico curioso para saber.