Eu já disse aqui em textos, e também nos nossos podcasts sobre Resident Evil[1, 2], que a minha história com a franquia é muito emocional. O Louis de 5, 7 e 8 anos, respectivamente quando os 3 primeiros jogos da franquia foram lançados, não ia jogar esse jogo. Eu tinha, e até hoje tenho, muito medo, mas o universo me fascina.
Com Resident Evil 3 não foi diferente. Eu tenho lembranças de ver meu primo jogando, e até comentando do Nemesis comigo, e eu tentando ajuda-lo com palpites furados naquele jogo que ainda estava em japonês, se não me falha a memória. Mas de fato, não tinha jogado o game até o final, mesmo depois de mais velho.
Resident Evil 3: Remake foi, pra mim, uma maneira de conhecer melhor aquele universo. Calma, eu explico: Não é que eu não conhecia o jogo original de 1999, eu já tinha visto gameplays e séries dele, mas apenas não tinha terminado em hands-on, apenas assistindo.
Resident Evil 3: Remake? Está mais para Resident Evil 3: Re-imagined. Realmente, não da pra entender porque a Capcom deixou tantas partes de fora, em comparação ao original. Quando se fala “remake”, se espera que seja um “de-para” de um jogo “antigo”, para tecnologias mais novas. O que foi o caso, mas nem tanto.
É claro que, visualmente falando, o jogo é um desbunde. A RE Engine realmente é algo impressionante, mas o que mais impressiona no jogo é isso. Diferente do Resident Evil 2: Remake, que te deixa (pelo menos ME deixa) extremamente tenso durante o jogo inteiro, esse já tem um clima um pouco mais de aventura. Claro que isso são apenas as minhas impressões, mas o receio de ir pra frente e ver o que vou encontrar era praticamente inexistente. Talvez por causa das partes mais abertas? Tendo em vista que em Resident Evil 2 a gente estava sempre dentro de um ambiente, nesse jogo exploramos um pouco mais a área externa de Raccoon City, mas…. sei lá. Foi o que eu senti, e sentimentos são difíceis de traduzir em palavras.
A recepção do jogo não foi tão boa quanto o antecessor, será que ficou menos tempo em desenvolvimento? Foram feitos por times diferentes? Não sei. Mas eu fiquei relativamente feliz com o resultado. Cada vez mais estou em busca de jogos mais objetivos e mais curtos, com cerca de 6h de duração, uma vez jogos que exigem 60h+ já não me atraem muito. Claro, eu estou exagerando comparando algo de 6h com 60h, mas meu ponto foi de querer dizer que algo nessa faixa, pra mim, está bom.
O ritmo do jogo é bem corrido, a história se desenvolve muito rápido, e para se ter uma noção de como o jogo é direto ao ponto, vi speedruns sendo feitas em 48 minutos. O que é algo insano.
Em questão de história, eu acho a do 3 melhor. O Nemesis é mais interessante e te oferece mais desafios ao longo do jogo, mas ao mesmo tempo é menos imponente que o Mr X, e a história que culmina no final do jogo é algo que eu gosto muito. Claro que, sem spoiler pra quem não jogou nem o original, tem um quê de salvação, mas também tem seu quê político.
Não é um jogo ruim. Nem de longe. A jogabilidade é uma delícia, nos mesmos moldes que vimos e adoramos em Resident Evil 2: Remake, com a adição das mecânicas de esquiva, ou soco, no caso do Carlão. Algo que não me agradou muito. Não sei se fui eu que tive problema, mas me pareceu algo… não intuitivo, talvez? O espaço de tempo para executar era muito curto, as vezes parecia que não ia dar tempo. É um ponto de melhoria para os possíveis próximos remakes e próximos lançamentos inéditos da franquia.
Se a gente for ter sempre como base o original, e a gente vai, por se tratar de um remake, a tensão e a história do original vão sempre prevalecer, afinal como disse acima, o que mais impressiona nesse jogo é o visual.
Apesar de problemas narrativos e ações scriptadas que tornam os movimentos dos inimigos um pouco previsíveis, o trabalho da Capcom foi algo excepcional em, não refazer, mas re-imaginar Resident Evil 3. Acho que, se fosse um Resident Evil 8, seria melhor recebido por se tratar de algo inédito, mas por ter como base o queridíssimo Resident Evil 3, a Capcom errou em deixar algumas coisas de lado. Faltou carinho.
Rumores de que mais um remake do Resident Evil 4 está em desenvolvimento. Acho que será o último da franquia, uma vez que ele foi o primeiro com a câmera over-the-shoulder, então a “necessidade” de atualizá-lo para mecânicas mais atuais é menor. Mas, parece que vai rolar. E também Resident Evil 8, que andou quente internet afora por esses dias, parecendo que vai ser nos moldes do RE7, em primeira pessoa, algo que não me agrada.
A Capcom ainda se mostra uma empresa super capaz de manter a qualidade altíssima do jogos, na questão técnica, mas, como disse acima, faltou carinho pelo jogo que disputa o prêmio de mais querido da franquia.
Comenta aí Nerd!